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Déficit nas contas externas sobe para o maior nível em 5 anos

Levantamento do BC.

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O aumento das importações de serviços e a redução no superávit da balança comercial fizeram com que o déficit das contas externas alcançasse o maior nível desde 2019 nos primeiros sete meses do ano, conforme divulgado pelo Banco Central (BC) dia 26. De janeiro a julho, o déficit foi de US$ 25,552 bilhões, mais do que o dobro do registrado no mesmo período de 2023, quando o saldo negativo foi de US$ 12,54 bilhões.

As contas externas, também conhecidas como transações correntes, indicam a vulnerabilidade de um país frente a crises externas. Este indicador é composto pelo saldo da balança comercial, da balança de serviços (exportações menos importações de serviços), pela renda primária (incluindo remessas de lucros ao exterior e pagamentos de juros de empréstimos) e pelas transferências pessoais de brasileiros no exterior para suas famílias.

Somente em julho, o déficit das contas externas foi de US$ 5,162 bilhões, um aumento de 45,1% em relação ao mesmo mês de 2023.

Contas externas

O principal responsável pelo aumento do déficit foi o crescimento das importações de serviços, que incluem transportes, seguros, serviços financeiros e viagens internacionais. A balança de serviços acumulou um déficit de US$ 28,937 bilhões nos primeiros sete meses do ano, comparado a um déficit de US$ 22,159 bilhões no mesmo período de 2023.

Simultaneamente, após sucessivos aumentos até 2023, o superávit da balança comercial tem diminuído em 2024. De janeiro a julho, o país exportou US$ 44,696 bilhões a mais do que importou, abaixo dos US$ 49,789 bilhões registrados no mesmo período do ano anterior.

Segundo o Banco Central, o crescimento do déficit nas contas externas está relacionado à expansão da economia. Com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), aumenta a demanda por importações de bens e serviços.

Gastos de turistas no exterior

Dentro da balança de serviços, os gastos de turistas brasileiros no exterior também são considerados. Nos primeiros sete meses do ano, esses gastos totalizaram US$ 8,403 bilhões, uma leve redução em comparação aos US$ 8,465 bilhões registrados no mesmo período do ano passado, apesar da alta do dólar.

Em julho, os gastos de turistas brasileiros no exterior foram de US$ 1,384 bilhão, mantendo-se no mesmo nível de 2023. Apesar de a moeda americana ter acumulado uma valorização de 19,56% nos 12 meses encerrados em julho, a estabilidade nos gastos pode ser explicada pelo aumento da renda dos turistas brasileiros.

Investimentos diretos

O déficit das contas externas costuma ser compensado por investimentos estrangeiros diretos, que são aqueles realizados por empresas que geram empregos no país. De janeiro a julho, o Brasil recebeu US$ 45,065 bilhões em investimentos estrangeiros diretos, um aumento de 20,15% em relação ao mesmo período de 2023.

Em julho, esses investimentos somaram US$ 7,258 bilhões, registrando uma ligeira alta em relação aos US$ 7,1 bilhões observados em julho do ano passado.

(Com Agência Brasil).

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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