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Deflação do IPCA-15 e corte maior da Selic ‘derrubam’ juros futuros
Enquanto taxa DI para janeiro de 2024 caiu para 12,635%, para janeiro de 2027, ela baixou a 10,15%
Como reflexo imediato da deflação do IPCA-15 (prévia da inflação) – que apurou deflação de 0,07% em julho – e o reforço da ‘aposta’ do mercado no corte de juros de 0,5 ponto percentual (p.p.) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) no início de agosto próximo, ‘derrubaram’ os juros futuros, na sessão desta terça-feira (25).
Em consequência, a taxa do Depósito Interbancário (DI) para janeiro de 2024 caiu de 12,695%, no ajuste anterior, para 12,635%; a do DI para janeiro de 2025 recuou de 10,725% para 10,635%; a do DI para janeiro de 2026 ‘encolheu’ de 10,145% para 10,08%; e a do DI para janeiro de 2027 passou de 10,19% para 10,15%.
A combinação favorável dos fatores citados contribuiu para que os agentes financeiros reforçassem uma estimativa de que a taxa básica de juros (Selic) poderá cair para até 13,25% ao ano, enquanto as taxas futuras se distanciaram das mínimas intradiárias, em razão da realização de lucros e ante o ‘excesso’ de cortes já precificados pelo mercado. Entre as mínimas do dia, o DI para janeiro de 2025 chegou a baixar para 10,575%.
Levando em conta cálculos elaborados pela XP, pela média móvel de três meses, anualizada e sazonalmente ajustada, a inflação de serviços subjacentes desacelerou de 6,28%, no IPCA-15 de junho, para 5,1% na leitura atual. Isso sem contar a desaceleração na média dos núcleos monitorados pelo Banco Central (BC).
Já no mercado de opções digitais de Copom, aumentou de 47% para 58% a probabilidade de uma redução de 0,5 ponto percentual da Selic, ao passo que a ‘aposta’ de um corte de 0,25 ponto percentual caiu de 47% para 41%. Por enquanto, a expectativa predominante é de que a Selic chegue ao final de 2023 em 11,50% ao ano.
A ‘ampliação’ do corte, de 0,25 p.p. para 0,50 p.p., também passou a integrar as projeções da BGC Liquidez, de um corte de 0,5 p.p., ante 0,25 p.p. da estimativa anterior. “O IPCA-15 de hoje trouxe uma mensagem muito positiva, que é justamente uma melhora naquilo que o BC vem chamando de ‘segundo estágio da desinflação’. Ele tem relação com os núcleos, serviços e às partes mais cíclicas e sensíveis à política monetária da inflação. Ela é mais desafiadora e costuma ser mais lenta”, avalia o estrategista-chefe do BGC, Daniel Cunha.
Na visão de Cunha, o resultado do IPCA-15 “trouxe surpresas relevantes positivas para serviços, núcleos e, de certa forma, uma melhora disseminada. Em termos de nível, ainda há algumas medidas não muito desejáveis, mas a tendência vai na direção de uma desinflação em curso”. Para ele, “quando você junta o cenário de melhora na inflação a um ambiente de pressão que existe sobre o BC e de alguma impaciência da sociedade, não parece ser nenhum movimento audacioso, ou falta de cautela, começar o ciclo com um corte de 0,5 p.p.”, afirma. Para o final de 2023, a BGC prevê uma Selic a 11,75% ao ano e de 9,25% para 2024.
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