Economia
Descubra o que está acontecendo com o preço da gasolina: Por que não para de subir?
Fatores globais e domésticos impulsionam os preços dos combustíveis a níveis preocupantes para o consumidor.
Os preços da gasolina não param de subir no Brasil, e a alta acumulada já chega a 39,6% nos últimos doze meses. Embora alguns tentem apontar um único tributo como culpado pelos aumentos consecutivos, a realidade é que eles são resultado da soma de diversos fatores.
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Existem pelo menos seis elementos envolvidos nessa conta, sendo dois deles domésticos e quatro mundiais. Como tudo mais na economia, eles influenciam uns aos outros, agravando ainda mais a situação dos brasileiros.
Motivos para a alta
No cenário internacional, os principais fatores ligados à alta dos preços dos combustíveis são o aumento da demanda após o auge da pandemia, a oferta limitada, a elevação no preço do gás natural e o excesso de moeda circulando no mundo.
No que diz respeito à oferta, os motivos passam pela paralisação do transporte e logística e pela redução dos investimentos em combustíveis fósseis nos últimos anos. Outra razão é a diminuição na produção de petróleo acordada por integrantes da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Já para entender as razões domésticas, é preciso saber como o preço da gasolina é composto:
- Impostos federais e estaduais: 40%;
- Realização da Petrobras: 33%;
- Custo do etanol usado na mistura: 17%;
- Margem de distribuição e revenda: 10%
Apesar das diversas menções ao ICMS, imposto estadual que incide sobre os combustíveis, o grande problema aqui é a cotação do dólar. Como o petróleo é negociado em dólar, sempre que o preço da commodity sobe no mercado internacional, ele também aumenta aqui.
Além disso, a desvalorização do câmbio impulsiona bastante a alta. Os grandes motivos para as fortes perdas registradas pelo real nos últimos meses são as incertezas políticas e fiscais que rondam a economia do país.
Controle de preços
A primeira solução que surge à mente é controlar os preços dos combustíveis para o consumidor final como forma de limitar a alta. A grande dificuldade para isso é que o país ainda importa boa parte do petróleo refinado que consome, embora seja um grande exportador do produto bruto.
Para evitar prejuízos à Petrobras, que teria que cobrir essa diferença, o jeito seria produzir tudo dentro do próprio país. Mas mesmo que o Brasil tivesse tecnologia para isso, o que não tem, seria necessário ajudar os preços ao mercado global em algum momento.
Em resumo, a situação é bem mais complicada do que parece. De qualquer forma, um bom começo seria aumentar a estabilidade real, além de adotar uma política de preços menos volátil e evitar medidas que ponham em risco a situação fiscal do país.
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