Desoneração da Folha: Lula quer contrapartida empresarial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou seu interesse em dialogar com empresários sobre a desoneração da folha de pagamento. Ele fez esses comentários durante uma entrevista em rádios no programa Bom Dia, Presidente, veiculado pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Ele destacou a necessidade de os empresários demonstrarem como a desoneração beneficiará a criação de novos empregos, o aumento dos salários e a estabilidade no mercado de trabalho. Ele ressaltou que a desoneração, nos termos propostos pelos empresários, parece visar apenas o aumento dos lucros, sem garantias de contrapartida.

Em relação à decisão do governo de solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão da desoneração da folha, Lula explicou que o objetivo é convocar os empresários dos setores envolvidos para negociações diretas: “Cada empresário deve apresentar seus planos”.

Lula criticou a ideia de que a desoneração automática garantirá a manutenção dos empregos, argumentando que não há garantias contratuais de preservação do emprego a longo prazo. Lula enfatizou a importância da seriedade por parte dos empresários nas negociações.

Desoneração da Folha

A desoneração da folha de pagamento é uma medida adotada pelo governo para reduzir os encargos trabalhistas das empresas, especialmente as contribuições patronais destinadas à Previdência Social. Normalmente, as empresas pagam uma porcentagem sobre a folha de pagamento para financiar a Previdência Social. No entanto, a desoneração permite que essas empresas paguem uma alíquota menor ou sejam isentas dessas contribuições.

O objetivo da desoneração da folha é estimular a geração de empregos e reduzir os custos trabalhistas das empresas, tornando mais atrativo para elas contratar mais funcionários. Isso pode beneficiar tanto as empresas, que têm menores custos com mão de obra, quanto os trabalhadores, que podem encontrar mais oportunidades de emprego.

No entanto, a desoneração da folha também é uma medida controversa, pois pode reduzir as receitas da Previdência Social, impactando a capacidade do governo de financiar programas e benefícios previdenciários. Além disso, há debates sobre a eficácia real da desoneração da folha na criação de empregos e no estímulo à economia.

(Com Agência Brasil).