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Economia

Destoando do mercado, CNI revê para baixo avanço do PIB para 2023: 1,2%

Como argumento para recuo da previsão, entidade trabalha com desaceleração industrial nos próximos meses

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Na contramão das últimas projeções de avanço do Produto Interno Bruto (PIB) para 2023, por parte do Boletim Focus (consulta a mais de 100 instituições financeiras do país), divulgado pelo Banco Central (BC) – o mais recente foi de 0,91% – a Confederação Nacional da Indústria (CNI) estimou um recuo, de 1,6% para 1,2% do crescimento da economia para este ano.

De acordo com o Informe Conjuntural do 1º trimestre de 2023, apresentado pela entidade, a despeito da previsão negativa, o setor industrial expressa mais otimismo do que espera o próprio mercado em relação ao comportamento da atividade produtiva, no curto e médio prazos.

Para o revés de expectativa do setor em relação à economia este ano, o Informe explica que “a desaceleração deve caracterizar a atividade econômica em 2023”, acrescentando que por estar “presente já nos últimos meses de 2022, parte desse comportamento se deve à perda do ritmo de crescimento do setor de serviços, que foi o responsável por grande parte do avanço do mercado de trabalho até o terceiro trimestre de 2022. Outra parte da desaceleração se deve aos efeitos restritivos da política monetária, que já vinham impactando negativamente a indústria e impedindo a recuperação do varejo ao longo de 2022”.

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, por sua vez, entende que as taxas de juros elevadas devem continuar “inibindo a atividade econômica e, consequentemente, a industrial, ao longo do ano”, uma vez que a “Selic (taxa básica de juros) será mantida em patamar elevado, com efeitos negativos sobre o crédito, investimentos, consumo e comércio”. Quanto ao comportamento da inflação, a Confederação prevê que o IPCA – índice oficial – encerre o ano em 6%, e a Selic em 11,75% ao ano.

Em sua análise, a CNI avalia que a economia é penalizada pela falta de planejamento de longo prazo, bem como pela ausência de uma política industrial, pelo menos, nos últimos 30 anos. “O Brasil não tem política industrial e a indústria tem perdido fôlego, sufocada por uma série de disfunções, principalmente no sistema tributário. Quando a indústria vai mal, o Brasil perde, porque é a indústria que paga os melhores salários, desenvolve tecnologia e inovação”, critica Robson Andrade.

Em decorrência de tal cenário pouco animador, a previsão da CNI é de que a indústria deverá permanecer estagnada este ano, se limitando a um crescimento pífio de apenas 0,1%, bem abaixo do prognóstico anterior, que apontava uma expansão de 0,8% do PIB industrial. Segundo o Informe, a queda da confiança colocou os investimentos e as contratações em compasso de espera. “Além disso, um dos principais problemas que preocupa o empresário industrial é o enfraquecimento da demanda, provocado pelos juros altos, elevado grau de inadimplência e de endividamento das famílias”, assinala a entidade.

Reforçando a expectativa, o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, observa que “a queda na demanda já é percebida na redução do faturamento da indústria, na qual “observamos a redução da demanda, não apenas do consumidor final, mas entre empresas, como menor consumo de insumos industriais e bens de capital, por exemplo”.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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