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Dez anos depois, Petrobras retoma projeto de ampliação da Refinaria Abreu Lima (PE)

Estatal encara desafios de investir em empresa ‘sacudida’ pela Operação Lava-Jato

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Passados dez anos de paralisação, a Petrobras retomou o projeto de ampliação de capacidade da Refinaria Abreu Lima (RNEST), em Pernambuco, cujas obras da segunda unidade de produção deverão contar com um orçamento multibilionário, não isento de incertezas, seja em relação aos custos ou até mesmo a respeito do cronograma de conclusão.

Alvo de denúncias de corrupção no âmbito da Operação Lava Jato, a Abreu Lima deverá ter sua primeira licitação, correspondente às obras do trem 2 já iniciada, mediante a oferta de sete contratos, adiantou o presidente da estatal, Jean Paul Prates. “Aprovamos o investimento no conselho e na diretoria e estamos completamente livres para reiniciar a questão [do projeto] do trem 2. A licitação já está na praça”, acrescentou.

No relatório de demonstrações contábeis da refinaria, a avaliação da capacidade de recuperação do segundo trem da RNEST, tendo em vista o reconhecimento de perdas decorrentes de uma desvalorização de R$ 1,858 bilhão, ocorreu em função de:

  • Reavaliação do projeto, com revisão do escopo de infraestrutura logística, impactando no aumento dos investimentos necessários para a implantação do segundo trem;
  • Aumento da taxa de desconto para 7,4% ao ano, de 7,1% em dezembro de 2022;
  • A redução do dólar, impactando negativamente o valor em uso.

Mesmo não fornecendo ‘’maiores detalhes”, a companhia destacou, no relatório, que o projeto   oferece ‘resiliência’, uma vez que seu valor presente líquido (vpl) positivo.

Ao mesmo tempo, o diretor-executivo de engenharia, tecnologia e inovação da estatal, Carlos Travassos, os contratos relativos às novas obras da RNEST apresentam diferentes estágios.  “Trata-se de um conjunto de sete contratos grandes. Empresas de diversos portes poderão participar, em um investimento bastante robusto, com potencial de geração de 30 mil empregos diretos e indiretos”, afirmou.

Alvo de denúncias de corrupção e contratos superfaturados, por ocasião da Operação Lava-Jato, a Abreu Lima teve seus orçamentos inflados de US$ 2 bilhões para US$ 20 bilhões. Apesar dos percalços, o sócio-diretor da A&M (ex-Alvarez & Marsal) Infra, Filipe Bonaldo, avalia que “a construção do segundo trem [da RNEST] é potencialmente um projeto multibilionário”. Ao explicar que a construção de uma unidade de produção de combustíveis é algo ‘complexo’, Bonaldo acentua que “pequenas e médias empresas não possuem envergadura financeira para esse tipo de projeto porque não conseguem fluxo de caixa suficiente”.

Sobre as mudanças desse mercado específico, Bonaldo ressaltou o fato de que o número de empresas aptas a esse tipo de projeto sofreu redução sensível no país, sobretudo, em razão dos desdobramentos da Lava-Jato, em que muitas fecharam as portas ou ‘encolheram’. “Antes, o mercado tinha cerca de 20 empresas com capacidade e fôlego financeiro para tocar esse tipo de obra, mas hoje temos cinco ou seis”, concluiu.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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