Difícil será prever taxa terminal de 2024, diz economista sobre Selic

Economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala afirma que a Selic provavelmente chegará até 11,75% no final desse ano, sem grandes mudanças. “O desafio será prever a taxa terminal de 2024”, frisa.

Ontem o Comitê de Política Econômica (Copom) reduziu a taxa Selic em 0,50% para 12,75%. O movimento já era previsto pelo mercado financeiro.

Segundo Gala, os próximos cortes serão de mesma magnitude, e isso afasta a ideia de que as reduções poderiam acelerar a 0,75%.

Conforme o economista, as expectativas de inflação para o próximo ano e além continuam acima da meta de 3% tanto no cenário de referência dos modelos do Copom, quanto no relatório de mercado Focus.

“A grande discussão que se avizinha será o nível final da Selic. Nossa visão é de que seja algo em torno de 9,5%, mas isso ainda está em aberto, pois dependerá das decisões do Fed e dos eventos internacionais”, disse.

E acrescentou: “o Fed sinalizou dia 20 que pode aumentar as taxas nos Estados Unidos, pois a guerra contra a inflação ainda não está ganha por lá. Os juros longos nos Estados Unidos também estão em alta, atingindo o maior nível desde 2007, com títulos de 10 anos atingindo 4,40% hoje, por exemplo.”

Ele explica que essa primeira fase de corte de juros no Brasil é relativamente mais fácil de se prever. “A parte final do ciclo e o nível final da Selic são mais incertos. O juro real brasileiro ainda está consideravelmente acima do neutro, mesmo considerando uma visão mais pessimista”.

Vale lembrar que a Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira, e o Fed é o Federal Reserve, espécie de banco central americano.

Ontem foi dia de Super Quarta, ou seja, quando bancos centrais do mundo inteiro atualizam suas taxas de juros. O movimento principal costuma ser feito pelo Fed, visto que se trata da maior economia do planeta.