Dilma Rousseff assume presidência do banco do Brics com salário equivalente a R$ 257 mil

A antiga líder do Brasil, Dilma Rousseff, assumiu oficialmente a presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também chamado de “banco do Brics”, na sexta-feira (24). Dilma recebeu a indicação do governo Lula para o posto.

Dilma permanecerá à frente do NBD até julho de 2025. A indicação de um novo líder para o banco estava a cargo do Brasil.

A ex-presidente foi aprovada por um comitê da instituição após ser submetida a uma série de questionamentos por ministros da área econômica dos outros países membros do grupo – África do Sul, China, Índia e Rússia. Antes de Dilma, Marcos Troyjo, outro brasileiro, ocupava o cargo. Troyjo é diplomata e foi nomeado presidente do NBD em 2020 por Jair Bolsonaro.

A sede do NBD está localizada em Xangai, China. Dilma e Lula devem visitar o país em breve. O NBD tem como objetivo financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países-membros.

Luta contra a fome e a pobreza

Em comunicado, o NBD declarou que, durante seu mandato no Brasil, Dilma se concentrou em combater a pobreza e expandir programas sociais implementados durante os mandatos de Lula, de 2003 a 2010.

“Devido a um dos processos de redução da pobreza mais intensos da história do país, o Brasil foi retirado do Mapa da Fome da ONU”, afirma o comunicado do NBD.

No anúncio à imprensa, o banco também destacou que, no âmbito internacional, Dilma defendeu a soberania de todos os países e a promoção do multilateralismo, do desenvolvimento sustentável, dos direitos humanos e da paz.

“Durante seu governo, o Brasil participou ativamente de todos os fóruns internacionais sobre clima e proteção ambiental, culminando em uma participação decisiva no Acordo de Paris”, acrescentou.

Segundo a avaliação do NBD, Dilma aprofundou consideravelmente a cooperação entre o Brasil e vários países da América Latina, África, Oriente Médio e Ásia.

Trajetória

Natural de Belo Horizonte (MG), Dilma Rousseff tem 75 anos e possui formação em economia. Na época da ditadura militar, ela fez parte de grupos clandestinos de esquerda, sendo posteriormente presa e torturada.

No Rio Grande do Sul, colaborou na criação do Partido Democrático Trabalhista (PDT). Ingressou no PT em 2001. Durante os governos Lula, atuou como ministra de Minas e Energia e chefe da Casa Civil.

Nesta última posição, gerenciou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), um dos principais projetos do governo, sendo apelidada por Lula de “mãe do PAC”.

Em 2010, foi eleita presidente e reeleita em 2014. Em 2016, enfrentou um processo de impeachment e teve seu mandato cassado. Tentou uma vaga no Senado por Minas Gerais em 2018, mas não obteve sucesso.