Bancos
Dólar deve fechar o ano em R$ 5,20, aponta o Boletim Focus
Levantamento do Banco Central.
O mercado financeiro prevê que o dólar terminará o ano de 2024 cotado a R$ 5,20. Essa informação foi divulgada dia 8 pelo Banco Central (BC) no Boletim Focus, em Brasília. Este estudo semanal apresenta a mediana das estimativas de instituições financeiras para a economia do país, tanto para o ano atual quanto para os próximos três anos.
Quatro semanas atrás, a expectativa era que a taxa do dólar fosse de R$ 5,05 no fim do ano. A previsão atual de R$ 5,20, que se mantém igual à divulgada na última edição do Focus em 1º de julho, coloca o dólar abaixo do valor atual de negociação, que fechou a semana passada a R$ 5,46. Poucos dias antes, em 2 de julho, o dólar estava cotado a R$ 5,66.
A variação do dólar frente ao real tem um impacto significativo na economia brasileira. Um câmbio desvalorizado, com alta da moeda estrangeira, encarece os bens importados e pressiona a inflação para cima, mas beneficia as exportações ao tornar os produtos brasileiros mais competitivos no exterior. Em contraste, um câmbio valorizado, com queda na taxa, barateia os produtos importados, aliviando a inflação, mas prejudica a indústria nacional devido à maior competitividade dos produtos estrangeiros.
O Boletim Focus também indica que o dólar deve encerrar 2024 e 2025 cotado a R$ 5,20.
Inflação
No que diz respeito à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o índice oficial de inflação no Brasil, as expectativas dos agentes econômicos consultados pelo BC foram elevadas pela nona vez consecutiva. A previsão atual é de que o IPCA feche 2024 em 4,02%, comparado a 4% na semana passada e 3,90% quatro semanas atrás.
Para 2025, o Boletim Focus desta semana elevou a projeção de 3,87% para 3,88%. Ambas as previsões para 2024 e 2025 estão dentro da meta de inflação do Banco Central, que é de 3%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Atualmente, o IPCA acumulado em 12 meses é de 3,93%. O próximo índice, referente a junho, será divulgado na quarta-feira (10).
Juros
As projeções de inflação do Focus são um dos fatores analisados pelo Comitê de Política Monetária (Copom) ao decidir sobre a taxa básica de juros do país, a Selic, que serve de referência para todas as demais operações de crédito.
O Copom se reúne a cada 45 dias para decidir sobre a taxa básica de juros. A última reunião ocorreu em 19 de junho, e ainda haverá quatro encontros este ano.
Atualmente, a Selic está em 10,5%. O mercado acredita que a taxa permanecerá nesse patamar até o fim do ano. Para 2025, a estimativa é que a Selic termine em 9,50%, e o Focus projeta 9% para 2026 e 2027.
A Selic elevada é um mecanismo anti-inflacionário, pois torna as operações de crédito mais caras, desestimulando o consumo, mas também pode esfriar a economia e desestimular a geração de empregos. Em contrapartida, uma Selic baixa incentiva o crédito e o investimento, gerando emprego e renda, mas pode pressionar a inflação.
PIB
Pela segunda semana consecutiva, o mercado aumentou a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB), que representa o conjunto de todos os bens e serviços produzidos no país. As instituições consultadas pelo Boletim Focus preveem um crescimento do PIB de 2,10% para 2024, comparado a 2,09% na semana passada e o mesmo nível de quatro semanas atrás.
Para 2025, a expectativa de crescimento do PIB foi revisada para 1,97%, ligeiramente abaixo da projeção da semana passada (1,98%) e de quatro semanas atrás (2%).
(Com Agência Brasil).
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