Política
Dono do Botafogo, John Textor fala em CPI
Senado investiga manipulação de resultados.
O empresário John Textor, sócio-majoritário do Botafogo SAF, prestou depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado Federal ontem, que investiga manipulação de resultados no futebol e fraudes em apostas esportivas. Durante a sessão, ele apresentou um relatório confidencial de aproximadamente 180 páginas contendo dados sobre irregularidades.
Ao término da reunião, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO), presidente da CPI, afirmou que, embora não haja provas concretas, há diversos indícios revelados durante a conversa. Ele destacou que a intenção é tornar públicos os dados apresentados o mais rápido possível, e que o relatório estará disponível para os senadores e suas assessorias, podendo servir como base para futuros depoimentos à comissão.
A sessão foi dividida em duas partes: a primeira, transmitida ao vivo e com a presença da imprensa, na qual Textor reafirmou a posse de provas sobre manipulação de jogos do Campeonato Brasileiro de futebol de 2022 e 2023, com base em análises da empresa francesa Good Game!, que utiliza inteligência artificial para avaliar arbitragens.
Dono do Botafogo
Já a segunda parte da reunião, que incluiu nomes de possíveis envolvidos, como jogadores, árbitros e dirigentes, ocorreu em sessão secreta exclusiva para os senadores do colegiado.
Textor ressaltou que não possui evidências de pagamentos em dinheiro, mas sim de como os jogos são manipulados, sem abordar as motivações por trás dessas ações.
O empresário também mencionou a existência de um áudio comprometedor envolvendo um árbitro, além de declarar que clubes como São Paulo e Palmeiras teriam sido beneficiados, sem, no entanto, fazer acusações diretas contra eles ou seus dirigentes.
CPI
Textor foi convidado a depor pela CPI devido às declarações feitas à imprensa sobre posse de provas relacionadas à manipulação de resultados no futebol brasileiro. O julgamento dele pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) está marcado para a próxima sexta-feira (26), por declarações contra a arbitragem e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) após uma partida em 2023.
O contexto para a criação da CPI envolve o crescimento das apostas esportivas pela internet no país, o que movimenta grande quantidade de dinheiro e pode levar ao aliciamento de jogadores e dirigentes. Denúncias recentes indicam suspeitas de manipulação em diversos jogos de futebol, o que levou à regulamentação das apostas esportivas e à criação de uma secretaria para fiscalizá-las.
(Com Agência Brasil e Agência Senado).
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