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Commodities

E se acabar o rali da soja e milho? Clima e financeiro voláteis não permitem abuso da indecisão

O clima ficou positivo sobre as lavouras americanas e tirou suporte, o que faz lembrar que as oscilações vão se manter e podem se virar contra os preços

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O rali dos grãos em Chicago engatou uma sequência especial até dia 21, a ponto de somente a soja escalar cerca de 20% no mês.

Em dois dias, 22 e 23, duas quedas, contudo. A oleaginosa até que pouco, 040% na sexta, fechando em US$ 14,94, depois de menos 1% na quinta; o milho despencou 4,50% só ontem, a US$ 6,30, também no julho.

O clima virou de perspectiva, para temperaturas mais amenas e chuvas mais regulares, espaçadas geograficamente e em volumes mais razoáveis.

E os mercados financeiros ficaram azedos, para completar.

O ponto que se coloca é que assim deverá ser até agosto, quando o clima já terá menos importância na medida em que as colheitas nos Estados Unidos estiverem começando – o milho nesse mês e a soja em setembro.

Outro ponto é que da mesma forma que em quase duas semanas a perspectiva climática foi ruim para os americanos, pode acontecer de ser o contrário. E as commodities tomarem o rumo de baixo.

Há muita divergência entre os mapas meteorológicos, afinal, também influindo em previsões mais longas.

Já foi visto também, por alguns analistas, que por mais que a produtividade tenha sofrido um abalo, em alguma regiões importantes como Iowa e Illinois, é muito cedo para se afirmar que o comprometimento da produção aguardada possa sofre um revés expressivo.

Para a soja, por exemplo, a última avaliação do USDA foi de 122 milhões de toneladas, ainda indo de encontro a estoques altos.

Lembrando Jeferson Souza, analista de fertilizantes da Agrinvest, em entrevista ao AgFeed, “só sem tem o clima” para manter os preços, mas é muito pouco. Daí que a venda comparada com a relação de troca pode ser perdida pelo produtor.

A relação de troca está melhor em 8 anos, cerca de 18,8 sacas de soja para 1 tonelada de fertilizante (40 em 2022), e 53 sacas de milho para 1 tonelada de 020 (mais de 60 em 2022).

Do lado, financeiro, os sintomas não são dos melhores. O Federal Reserve ainda se mostra inflexível em cortar as taxas de juros, a China perdeu a empolgação mesmo com corte de juros dos empréstimos e a guerra na Ucrânia segue.

 

Com mais de 40 anos de jornalismo, sempre em economia e mercados, já passou pelas principais redações do País, além de colaborações para mídias internacionais. Contato por e-mail: infomercadosbr@gmail.com

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