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Agronegócio

É verdade que plantas podem ter câncer? Veja mitos e verdades sobre as galhas

Galhas, conhecidas como ‘câncer das plantas’, são causadas por agentes externos. Entenda a doença.

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Plantas, assim como humanos, podem apresentar sintomas de doenças, como folhas murchas ou amareladas. Porém, a ideia de que plantas podem ter câncer, embora frequentemente disseminada, é equivocada.

O conceito dessa doença está ligado a um crescimento celular descontrolado em animais. Por outro lado, as plantas podem desenvolver estruturas chamadas de galhas, formações frequentemente comparadas ao câncer.

As galhas são o equivalente vegetal mais próximo do câncer animal e resultam de agentes externos, como insetos, vírus ou bactérias.

Galhas: uma anomalia vegetal

Marie-Anne van Sluys, professora de Botânica na Universidade de São Paulo, explica à revista Casa e Jardim que o câncer em animais se caracteriza pela natureza maligna das células, que têm capacidade de invadir e migrar por diferentes tecidos. Já nas plantas, esse cenário não ocorre.

Galhas são o mais próximo do câncer animal que pode ocorrer em plantas. (Foto: Reprodução)

As galhas surgem devido a estímulos externos. Insetos, como os mosquitos da família Cecidomyiidae, são frequentemente os responsáveis, já que depositam ovos nas plantas e suas larvas secretam substâncias que induzem o crescimento celular.

O Horto Botânico do Museu Nacional da UFRJ destaca esses mosquitos como os indutores mais comuns de galhas. O processo envolve a alimentação das larvas nos tecidos vegetais, gerando o surgimento das formações anômalas.

Prevenção e controle

A presença de galhas pode afetar as plantas de diversas formas. Elas consomem recursos que seriam destinados a outras partes e, em casos extremos, isso pode levar à morte da planta devido ao estrangulamento dos vasos condutores de seiva.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) sugere cuidados para evitar o surgimento de galhas, como adquirir mudas de fontes confiáveis e inspecionar regularmente a saúde das espécies vegetais.

Práticas agrícolas adequadas também podem prevenir a proliferação desses agentes patogênicos. Técnicas como evitar ferimentos nas plantas e utilizar agentes biológicos de controle são exemplos de ações eficazes.

A rotação de culturas e a inspeção frequente em viveiros também são recomendadas para manter as plantas livres de infecções.

Jornalista graduada pela Universidade Federal de Goiás (UFG), integra o time VS3 Digital desde 2016. Apaixonada por redação jornalística, também atuou em projetos audiovisuais durante seu intercâmbio no Instituto Politécnico do Porto (IPP).

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