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Economia

‘Economia da Solidão’: mercado mira em quem mora sozinho para lucrar

Empresas inovam com serviços e produtos para atender demanda de consumidores solitários em meio a tendências urbanas e mudanças sociais.

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Com o crescente número de pessoas optando por morar sozinhas, o mercado de consumo está se adaptando para atender a essa nova dinâmica social.

Esse fenômeno, conhecido como “economia da solidão“, impulsiona o desenvolvimento de serviços e produtos especializados. Capitais como São Paulo e Belo Horizonte são protagonistas nessa transformação.

A busca por novas experiências sociais, como jantares com desconhecidos, reflete o desejo de muitos em experimentar o novo, mesmo que esteja fora da zona de conforto habitual.

Essa tendência é apenas uma faceta do que se tornou um mercado promissor para empresas e empreendedores. Serviços como agências de viagens voltadas para solteiros e o “aluguel de amigos” estão em alta.

O levantamento da BALT em parceria com a ESPM revela que a solidão é uma realidade crescente entre os brasileiros.

A especialista Ana Catarina Holtz destaca o impacto na economia e a variedade de serviços que surgem para suprir a demanda de quem busca companhia ou entretenimento.

Inovações no mercado imobiliário

O setor imobiliário é um dos mais beneficiados por essa nova realidade. A procura por apartamentos de um quarto em cidades como Belo Horizonte aumentou, influenciando diretamente no valor dos imóveis.

Segundo dados do QuintoAndar, houve um aumento de 15,2% nos preços em 2024. Em comparação, apenas 10% das residências em BH possuem um quarto, enquanto 27% no Rio de Janeiro.

Isso acontece porque o desejo de morar sozinho vai além do espaço físico; é uma busca por independência e equilíbrio pessoal. Ou seja, a procura por moradias menores cresce, impulsionada pela necessidade de um espaço próprio e pela oferta crescente desse tipo de imóvel.

Foto: fizkes/Shutterstock

Impacto no varejo

O “mercado single” é outro setor em crescimento, com empresas ajustando suas ofertas para atender consumidores solteiros. Produtos menores e prontos para consumo estão em alta.

A busca pela praticidade e a consciência ambiental incentivam a compra de produtos que evitam o desperdício. A exemplo:

  • Alimentos prontos ou pré-preparados;
  • Embalagens menores para produtos, como leite em pó;
  • Crescimento no uso de aplicativos de entrega.

Essas mudanças refletem uma adaptação do mercado às novas necessidades dos consumidores que vivem sozinhos. Estima-se que esse público movimente R$ 85 bilhões anualmente em alimentos e bebidas.

Solidão como forma de lucro

A economia da solidão é mais do que uma resposta às mudanças demográficas; trata-se de um reflexo das novas formas de interação social e das necessidades individuais.

A solidão, antes vista como um problema pessoal, agora é tratada como uma questão de saúde pública, com iniciativas em países como Japão e Inglaterra que incluem a criação de Ministérios da Solidão.

Por fim, a adaptação das empresas a essa nova realidade é vital para atender à crescente demanda por serviços e produtos que façam as pessoas se sentirem menos sozinhas e mais conectadas, seja por meio de novos formatos de interação ou de consumo.

Formado em Publicidade e Propaganda pela UFG, deu seus primeiros passos como redator júnior na agência experimental Inova. Dos estágios, atuou como assessor de comunicação na Assembleia Legislativa de Goiás e produtor de conteúdo na empresa VS3 Digital.

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