Economia
Economia forte dos EUA eleva Treasuries e garante alta de juros futuros
Avanço de dados econômicos ianques reforça manutenção de aperto monetário pelo Fed
A forte elevação dos papéis do Tesouro dos EUA (Treasuries) – por conta do avanço, tanto da produção industrial, quanto das vendas do varejo, em agosto, da pátria ianque, acima do esperado – alimentou a expectativa do mercado de que o Federal Reserve (o bc estadunidense) poderá manter altos, por mais tempo, os juros daquele país, ou mesmo de que ocorram novas altas no curto prazo.
Repercutindo essa interação de fatores, as taxas de juros futuros registraram viés firme de expansão, na sessão desta terça-feira (17), com a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 crescendo de 10,912%, no ajuste anterior, para 11,065%; a do DI para janeiro de 2026 passou de 10,69% para 10,92%; a taxa do DI para janeiro de 2027 subiu de 10,88% para 11,10% e a do DI para janeiro de 2029 foi de 11,32% a 11,51%.
Mesmo ante a pressão dos Treasuries, descompressão dos prêmios de risco e melhora do câmbio, as taxas DI chegaram a recuar, a ponto de zerar a valorização. A notícia de que o deputado republicano Jim Jordan não teria votos suficientes para se ‘garantir’ na eleição a presidente da Câmara dos Representantes dos EUA (a Câmara dos Deputados de lá), porém, voltou a turbinar novo avanço dos DIs.
Com o fracasso da candidatura de Jordan, surgiu, novamente, no horizonte, o espectro sombrio de paralisação da máquina do governo estadunidense. No final da tarde, a taxa da T-Note de dois anos subiu de 5,20% para 5,22%, ao passo que a de dez anos atingiu 4,83%, depois de chegar à máxima de 4,86%.
“Volta a preocupação sobre o shutdown [parada] da máquina pública, na medida em que vai se aproximando, novamente, a necessidade de um novo acordo orçamentário”, analisa a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese.
Na perspectiva, o economista-chefe da Azimut Wealth Management, Gino Olivares, salienta que, além dos potenciais impactos econômicos da tensão no Oriente Médio, “neste momento, o principal risco para a economia mundial é a elevação dos juros longos nos Estados Unidos”, ao acrescentar que “é muito difícil avaliar até onde essas taxas podem subir, mas a experiência nos ensina que, se essa tendência se mantiver, problemas podem surgir. Toda cautela é pouca”.

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