Economia
Em maior ‘sangria’ da história, poupança perde R$ 12,157 bilhões em outubro
Com o resultado, saídas líquidas acumulam montante de R$ 98,285 bilhões no ano
Ao registrar saída líquida (mais resgates que aplicações) de R$ 12,157 bilhões em outubro, as cadernetas de poupança registraram o pior resultado para o mês da série histórica (superando, inclusive, o de outubro de 2022, quando chegou a R$ 11,006 bilhões), divulgou, nesta sexta-feira (10), o Banco Central (BC).
O saldo negativo decorre da diferença entre o montante de aplicações, de R$ 331,973 bilhões, ante saques que totalizaram R$ 334,130 bilhões no mês passado. Levando em conta um rendimento de R$ 5,631 bilhões, o saldo total da caderneta somou R$ 961,763 bilhões em outubro. O número do mês passado supera, em muito, o apresentado em setembro, quando houve saques líquidos de R$ 5,835 bilhões.
Com exceção de junho, todos os demais meses deste ano apresentaram saídas líquidas, o que resulta em saques que acumulam, no ano, um total de R$ 98,285 bilhões, ainda assim, abaixo dos R$ 103,237 bilhões exibidos no ano passado, até hoje, considerado o pior ano da história da poupança, desde que foi iniciada a série histórica, em 1995.
Hoje, com a taxa básica de juros (Selic) em 12,25% ao ano, as cadernetas são remuneradas pela variação da Taxa Referencial (TR) – atualmente em 0,1068% ao mês (1,2892% ao ano) – acrescida de uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano). Toda vez que a Selic fica inferior a 8,5%, a atualização é feita pela TR mais 70% da taxa básica de juros.
Se contada até setembro último (saídas líquidas de R$ 5,83 bilhões), a ‘sangria’ da poupança acumulada no ano havia atingido R$ 86,12 bilhões, como reflexo da manutenção dos juros em patamar elevado, assim como do nível de endividamento da população.
Tal desempenho (acumulado do ano até setembro) só ‘perde’ para igual período do ano passado, quando contabilizou saída líquida de R$ 91,07 bilhões deixaram a modalidade de investimentos. Em consequência, o estoque dos valores depositados naquele mês recuou para R$ 968,3 bilhões, ante R$ 969,12 bilhões verificados em agosto.
Segundo analistas, a despeito de ser um dos investimentos mais tradicionais e populares do país, a poupança apresenta cinco motivos que desestimulam o investidor, são eles:
- Baixa rentabilidade
- Não compensa a corrosão inflacionária
- Baixa liquidez
- Baixa diversificação
- Garantia limitada
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