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Política

Empreiteiras envolvidas na Lava Jato querem ajuda de Lula; veja como

Grupo de construtoras se sente prejudicado e quer auxílio do novo governo para rever acordos que foram fechados no âmbito da operação

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Mal o presidente eleito Lula assumiu o governo e velhos conhecidos já parecem bater à sua porta. Nesse caso, velhos conhecidos não tão desejáveis para quem já se envolveu em polêmicas e negócios duvidosos no passado. Trata-se do grupo de empreiteiras e demais empresas com acordo de leniência vigente no âmbito da Lava Jato. A colunista Bela Megale, de Globo, apurou que elas se juntaram num esforço discreto, sem alarde, para levar ao novo governo solicitações de revisão de penalizações no âmbito da operação.

Segundo foi divulgado, a principal questão diz respeito às multas bilionárias negociadas em uma espécie de delação premiada da pessoa jurídica. Nesse sentido, membros da equipe de transição do governo já foram informados a respeito da situação. Dessa forma, os olhos estão voltados para a Controladoria-Geral da União (CGU), órgão que deve concentrar tais demandas. Há muita expectativa sobre o nome escolhido por Lula para comandar a pasta. Atualmente, os cotados estão entre o ex-presidente do Cade, Vinícius de Carvalho, os advogados Marco Aurélio Carvalho e Mauro Menezes, e o ex-ministro-chefe da CGU, Luiz Navarro.

A esperança dos representantes das empreiteiras é a mudança na abordagem jurídica sobre os casos da Lava Jato. Por exemplo, lideranças políticas têm recebido decisões favoráveis em termos de absolvição ou rejeição de acusações. Enquanto isso, as marcas e companhias envolvidas ainda se veem às voltas com prejuízos e a reputação de corruptas. Na época de assinatura dos acordos de leniência, a medida foi vista como única saída para que não quebrassem de vez. Porém, com a proibição de firmar contratos junto ao poder público e a obrigação de pagar multas aplicadas por outros órgãos, a recuperação encontra entraves financeiros.

Por outro lado, a postura de Lula durante a campanha às eleições presidenciais trouxe expectativas positivas. Em declarações, discursos, entrevistas e debates, o presidente eleito afirmou com frequência que a Lava Jato foi responsável por gerar caos econômico. Ele atribui à operação a falência de empresas, aumento de desemprego, afastamento da arrecadação e diminuição de investimentos. Muitos especialistas compartilham da mesma opinião. Para eles, a punição deveria recair sobre as pessoas físicas que se corromperam, não sobre as pessoas jurídicas. A esse respeito, Lula manifestou opinião semelhante: “Você investiga, se o empresário roubou você condena, mas a empresa continua funcionando”.

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