Empréstimos do Nubank (ROXO34) geram incerteza para investidores; entenda a questão!

Conforme um relatório veiculado pela empresa de finanças XP Investimentos no dia 06/03 (quarta-feira), a qualidade dos empréstimos comumente concedidos pelo Nubank está deixando muitas pessoas bastante preocupadas.

Os analistas da corretora, Rafael Nobre, Bernardo Guttman e Matheus Guimarães, levantaram algumas dúvidas sobre o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) da referida companhia, que atualmente é de 40%.

Desde o período de junho de 2022, a fintech está baixando os contratos não pagos ou atrasados depois de 120 dias, enquanto a maioria das instituições bancárias espera um prazo de 360 dias para isso.

Tal atitude gera um percentual de devedores menor, mesmo que a organização já tenha dito que seu foco não era reduzir esse índice especificamente. No que diz respeito aos resultados, o Nubank afirmou que enxerga maneiras de continuar expandindo suas ofertas de crédito, visando níveis de resiliência robustos e buscando retornos significativos.

“Prevemos que parte desse crescimento virá da expansão do espectro de crédito. Embora isso possa resultar em taxas de inadimplência intencionalmente mais altas, nosso objetivo é garantir que isso seja mais do que compensado por receitas adicionais, levando a margens ajustadas ao risco ainda mais altas à medida que expandimos”, completa.

Inclusive, sobre o ROE, a organização revela algo bastante interessante: “no curto prazo, seríamos capazes de registrar resultados materialmente melhores, mas não é o caso“.

“Estamos na época de plantio, não estamos na época de colheita. Portanto, esperamos que, a longo prazo, os ROEs, tanto no Brasil quanto em uma base consolidada, possam se expandir ainda mais, e estamos investindo pesadamente para isso. E, ao investir, estamos investindo principalmente em recursos humanos e tecnologia”, completa.

Provisões do Nubank aumentam

De acordo com os analistas previamente mencionados, houve um aumento nas provisões do banco como uma medida prudente para enfrentar a deterioração da qualidade do seu crédito, assegurando que os retornos mais elevados no curto prazo não fossem comprometidos pelo crescimento do percentual de correntistas em situação de inadimplência.

Conforme a XP, as coisas sempre melhoram antes de piorar de vez. No fim de 2022, cerca de 20% da carteira da NU estava com exposição séria a juros. Hoje, o índice elevou-se para quase 30%, refletindo uma melhora na qualidade creditícia.

“A carteira é fortemente influenciada pelo crescimento, mas as provisões podem não refletir o perfil de risco mais elevado”, destacam eles.

Portanto, a estratégia usada pelo Nubank agora é a de continuar mantendo as taxas de empréstimos onerosas, para poder sustentar um mercado potencial num espectro amplo.

“Como resultado, acreditamos que esse aumento possa refletir um aumento no risco percebido dos empréstimos e um aumento nas taxas para ajustar o retorno ao risco associado”, ressaltam os profissionais.

Mas, apesar de essa prática conseguir gerar receitas generosas em pouco tempo, ela também reflete riscos intensos de não pagamento no futuro. Desde o IPO, a ação da empresa está mais cara; entretanto, para continuar lucrando, ela precisará manter o rápido crescimento.

Os especialistas da XP Investimentos analisaram os ganhos financeiros do último trimestre para compreender melhor a situação financeira da corporação e descobriram que a qualidade dos empréstimos não está tão boa quanto era antes, o que significa que será preciso reservar cifras maiores a fim de cobrir eventuais rombos.