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Economia

Entenda como a escassez de alguns produtos afeta o mundo e o consumidor

Itens fundamentais para a fabricação de outros produtos estão em falta em grandes mercados internacionais.

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O congestionamento de contêineres nos principais portos globais está causando pausas intermitentes nas cadeias de abastecimento. Quando situações como essa ocorrem, empresas que optam por estoques mínimos acabam ficando sem os produtos necessários para atender à demanda.

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“Alguns consumidores não encontrarão as coisas que precisam”, afirmou Neil Sunders, analista de varejo da consultoria GlobalData Retail.

Enquanto o consumo é retomado em diversos países e a demanda volta a crescer, quem transporta os produtos não consegue acompanhar. Até indústrias que produzem itens fundamentais para a fabricação de outros produtos, como microchips, estão ficando para trás com o ritmo atual.

A falta de semicondutores afeta a fabricação de automóveis, computadores, laptops, celulares e videogames. Segundo Patrick Gelsinger, diretor-executivo da Intel, a indústria vai levar “de um a dois anos” para “colocar a demanda em dia”.

O mesmo ocorre com materiais necessários para a fabricação de roupas, sapatos, comida e de muitos outros produtos.

“Ninguém pode fazer nada. Comprem seus presentes de Natal agora”, afirmou Steve Lamar, diretor-executivo da Associação Americana de Roupas e Calçados.

Os contêineres presos também elevam o preço do frete. Algumas empresas, como a Legwear & Apparel, estão pagando cerca de US$ 24 mil por um serviço que antes da pandemia custava US$ 2 mil.

América Latina

Não é só nos Estados Unidos e na Europa que os gargalos da cadeia de abastecimento global deixam sua marca. Em alguns países da América Latina, já é difícil encontrar alguns produtos.

“É muito difícil comprar. Procurei poltronas, mesas, cadeiras e camas. Para conseguir alguns produtos é preciso esperar meses”, disse a aposentada Blanca Figueroa, que se mudou para um novo apartamento em Santiago, no Chile.

Em El Salvador, os preços do aço e derivadosdos dispararam em torno de 30% a 50%, dependendo do produto. Assim como nos EUA, o setor da construção na América Latina enfrenta dificuldades para conseguir todos os insumos que precisa.

“Os preços dos fretes marítimos internacionais subiram muito e o aumento da demanda fez cair a capacidade para esses países em desenvolvimento”, explicou o gerente da filial da empresa Viduc Ferreteria, Danilo Blanco.

Bolso do consumidor

“No nível do consumidor, eu diria que houve aumento de preços em bens bastante luxuosos como carros, produtos de grife, roupas de marcas, mas não na cesta básica. Mais do que escassez, eu diria que há falta de variedade de alguns produtos”, disse Gerardo Tajonar, presidente da Associação Nacional de Importadores e Exportadores da República Mexicana (ANIERM).

Para o especialista em Políticas de Emprego da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Gerard Reinecke, ainda é cedo para calcular os prejuízos.

“O problema com as cadeias globais está influenciando empregos, mas não temos como quantificar isso, porque é muito cedo”, declarou.

Entretanto, se essa situação persistir, os consumidores terão que preparar o bolso para produtos mais caros e aprender a esperar mais tempo por eles.

Jornalista graduada pela Universidade Federal de Goiás (UFG), integra o time VS3 Digital desde 2016. Apaixonada por redação jornalística, também atuou em projetos audiovisuais durante seu intercâmbio no Instituto Politécnico do Porto (IPP).

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