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Economia

“Equilíbrio fiscal exige adoção de medidas para elevar arrecadação”

Segundo o presidente do BC, governo deve enviar ‘pauta econômica’ ao Congresso

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“O nível de gastos no Brasil está ‘bem acima da média do mundo emergente e desenvolvido’, o que demanda a aprovação de uma pauta econômica no Congresso Nacional”. A proposta foi defendida pelo presidente do Banco Central (BC) Roberto Campos Neto, ao participar, nesta segunda-feira (2), de evento promovido pela Associação Brasileira de Câmbio (Abracam).

Ao argumentar que o orçamento público do país está ‘comprometido’ com alto volume de despesas obrigatórias, a exemplo do custeio da máquina pública, o dirigente da autoridade monetária reafirmou a necessidade de o governo federal insistir na meta de zerar o déficit público em 2024, mesmo que não o consiga.

Adepto da tese de um enfrentamento imediato do problema das contas públicas, Campos Neto entende que cabe à equipe econômica encaminhar ao Legislativo projetos de lei com o objetivo de aumentar a arrecadação.

A respeito do desafio fiscal, o presidente do BC comentou: “A gente sempre reconhece que é difícil cortar gastos de forma estrutural. Observei por 15 e 20 anos, é difícil cortar gastos estruturais [de forma permanente]. Têm alguns gastos conjunturais, como salários de funcionalismo. Talvez reformas adicionais possam fazer esse papel, mas é uma equação que a gente precisa endereçar de forma mais estrutural e de longo prazo”.

Como ‘sequela’ do perfil tupiniquim, de crescimento dos gastos públicos acima da média, Campos Neto observa a elevação do “prêmio de risco”, ou seja, aqueles referentes aos valores cobrados pelos investidores na compra de títulos públicos brasileiros, medida fundamental para que o país honre sua dívida.

Em abril, em audiência no Senado, o presidente do BC já havia alertado que a expansão do endividamento nacional exerce influência direta nos patamares elevados das taxas de juros cobradas no país.

Ainda sobre a temática fiscal, Campos Neto citou a pesquisa da Genial Investimentos, cujos entrevistados, em sua maioria, apontam “a falta de uma política fiscal que funcione”, como o principal problema da economia brasileira.

“A gente precisa ter esse endereçamento estrutural da parte fiscal [melhora permanente das contas públicas]. As pessoas entendem que, uma vez que enderece o fiscal, os juros têm uma convergência natural [queda mais consistente]”, assinalou o “xerife do real”, ao esclarecer que tal avaliação não representa ‘uma crítica’ ao governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva, mas ao sistema fiscal do país.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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