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Estabilidade da inflação nos EUA ‘dita’ queda de juros futuros
Enquanto que na ‘ponta curta’, taxas recuaram a 10,555%, na ‘longa’ elas baixaram a 10,82%
A boa notícia de que o índice de preços ao consumidor dos EUA (CPI) – que mede a inflação ianque – permaneceu estável, na passagem de setembro para outubro, além de servir para conter o rendimento dos papéis do Tesouro estadunidense (Treasuries), induziu à queda dos juros futuros, na sessão desta terça-feira (14). No front doméstico, o viés negativo das taxas sofreu influência do fraco desempenho do setor de serviços no país.
Ao atingirem o menor nível em dois meses, as taxas refletiram a precificação da taxa básica de juros (Selic) para dois dígitos, ao final do ciclo de cortes.
Dessa forma, na chamada ‘ponta curta’, a taxa do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 recuou de 10,722%, no ajuste de ontem, para 10,555%; a do DI para janeiro de 2026 baixou de 10,49% para 10,28%; a do DI para janeiro de 2027 ‘encolheu’ de 10,62% para 10,41%, enquanto que na ‘ponta longa’, a do DI para janeiro de 2029, ‘derreteu’ de 10,98%, na véspera, para 10,82%.
O principal fator externo que determinou o declínio das taxas futuras foi a estabilidade do CPI dos EUA (0,0%) em outubro, ante o mês anterior, após registrar uma alta de 0,4% em setembro, no comparativo mensal, conforme dados, com ajuste sazonal, divulgados hoje (14) pelo Departamento do Trabalho estadunidense.
No Brasil, também exerceu influência nas taxas futuras a ‘inesperada’ queda de 0,3% do volume de serviços no país em setembro, ante o mês anterior, o que acabou sendo reforçado pelos números ‘benignos’ do CPI ianque.
Para o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, “os resultados vieram ligeiramente abaixo do esperado e com composição benigna, reforçando a ideia de que o Fed encerrou o ciclo de alta de juros e animando apostas na antecipação do ciclo de cortes”.
Diante desse cenário favorável, os rendimentos dos Treasuries exibiram expressiva redução, em que a taxa da T-Note de dez anos voltou a ‘rodar’ abaixo de 4,50%. Nesse contexto, a elevação dos juros longos nos EUA havia sido incluída, como fator negativo, no balanço de riscos apresentado pelo Comitê de Política Monetária (Copom), na reunião de novembro, preocupação que foi objeto, inclusive, de discursos recentes por parte de dirigentes do Banco Central (BC).
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