Este país latino-americano tem as piores perspectivas de emprego. Por quê?

Enquanto boa parte da América Latina assiste a um período promissor de crescimento econômico e aumento de contratações, a Argentina permanece estagnada.

Dados recentes indicam que o mercado de trabalho no país está em um preocupante estado de inércia, contrastando com o otimismo verificado em outras nações. Esse fenômeno levanta questões cruciais sobre as perspectivas de emprego na região.

Conforme relatório da ManpowerGroup, a Argentina se destaca negativamente em relação a outros países latino-americanos. Para o segundo trimestre de 2025, a expectativa líquida de contratação no país é de 0%, sinalizando que as empresas não planejam aumentar significativamente suas ofertas de emprego.

Isso ocorre mesmo diante de previsões macroeconômicas que indicam um crescimento de até 5% no Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.

Taxas de emprego na Argentina

Enquanto algumas economias vizinhas veem suas taxas de emprego crescerem, a Argentina enfrenta desafios internos e externos que dificultam o avanço do mercado de trabalho.

Fatores como baixa competitividade nas exportações e falta de incentivos para a expansão empresarial contribuem para esse cenário de estagnação.

Em contrapartida, países como México e Estados Unidos registram expectativas de emprego bastante positivas, de 33% e 34%, respectivamente.

Desafios e estabilidade aparente

Segundo Luis Guastini, presidente da ManpowerGroup Argentina, o país atravessa um período de estabilidade aparente no ambiente de negócios, mas que não se traduz em aumento das contratações.

Ele destaca que a Argentina já vive há mais de uma década com expectativas de emprego aquém dos padrões regionais e globais.

Guastini sublinha que, embora em alguns momentos o país tenha registrado índices de contratação positivos, eles raramente ultrapassaram os 5 ou 6%. Isso reflete um desempenho bem inferior ao de outros países da América Latina e do mundo.

Expectativas e comparações internacionais

Entre os 42 países avaliados pela ManpowerGroup, 41 projetam aumento nas contratações. Neste cenário, a Argentina destaca-se como a única exceção, dado que simboliza o isolamento do país em termos de dinamismo laboral e levanta alertas sobre o futuro de sua economia.

Setores como Tecnologia da Informação e Finanças mostram algum otimismo no país. Em contrapartida, áreas fundamentais como Saúde e Ciências da Vida enfrentam uma queda acentuada nas expectativas de emprego.

Essa situação cria um panorama laboral fragmentado, no qual o progresso é restrito a nichos específicos.

Para que a Argentina possa reverter essa tendência, é fundamental implementar reformas estruturais, oferecer incentivos à iniciativa privada e melhorar a competitividade. No entanto, essas ações exigem vontade política, estabilidade macroeconômica e confiança do setor privado.