Estoque de crédito no país sobe 1% e chega a R$ 5,264 trilhões

A despeito do quadro de incertezas fiscais, juros elevados e expansão da inadimplência, o volume de concessões de empréstimos e o estoque de crédito no país cresceram em novembro último, de acordo com dados divulgados hoje (27) pelo Banco Central (BC).

Segundo a autoridade monetária, o estoque de crédito disponível no Brasil apresentou alta de 1% no mês passado, em relação a outubro, alcançando um total de R$ 5,264 trilhões ou 53,8% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto novas concessões dos bancos no crédito livre cresceram 2,9%, no mesmo comparativo mensal (R$ 450,6 bilhões), acumulando crescimento de 22,4% nos últimos 12 meses, sem considerar ajustes sazonais.

Para pessoas físicas, o volume de concessões de crédito aumentou 3,1% no mês passado (R$ 249,2 bilhões), com alta 21,9% em 12 meses, ao passo que para pessoas jurídicas, as concessões tiveram elevação de 2,6% em novembro em relação a outubro (R$ 201,3 bilhões), além de expansão de 22,9% em 12 meses.

Já o nível de inadimplência, no segmento de recursos livres, apresentou ligeira alta, ao passar de 4,2% em outubro, para 4,3% no mês passado, constituindo o patamar mais elevado, desde junho de 2018, quando chegou a 4,4%.

O aperto monetário empreendido pelo BC, nos últimos meses, mediante o aumento da taxa básica de juros (Selic) – hoje a 13,75% ao ano – também implicou  demanda adicional por concessões de crédito de maior risco, o que inflou, ainda mais, as taxas bancárias médias em novembro. Como reflexo, os juros cobrados pelos bancos no crédito livre atingiram 44,1%, numa alta de 1.4 ponto percentual (p.p) ante outubro, contabilizando expansão de 10,4 p.p.no período de 12 meses.

No caso de recursos direcionados, as taxas subiram 0,7 p.p. em novembro (11,3%) com elevação de 2,4 p.p. em 12 meses. Já o spread bancário em recursos livres atingiu 31,2 p.p., superando os 30,6 p.p. de outubro.

Também cresceu, de 14,2% para 15,1%, a previsão do BC em relação ao crescimento do crédito no país, de setembro para novembro, respectivamente. No período de 12 meses, acumulado até novembro último, o estoque total de crédito aumentou 14,7%.