Ações, Units e ETF's
Exterior ‘azul’; dívida de R$ 7 tri e menor confiança empresarial pautam Ibovespa de quinta
Bolsas mundiais positivas contrastam com déficit de 81,% do PIB e previsão negativa de empresário
Operando no positivo, na maior parte dos quadrantes, os mercados mundiais encerram a última sessão do ano com a respiração presa e os dedos cruzados por um 2022 mais próspero e, principalmente, livre de qualquer ameaça viral laboratorial oriental, pequena (ômicron) ou não.
Expectativa positiva – A despeito dos temores semeados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) – que soltou nota de ‘preocupação’ com a ‘possibilidade’ de disseminação mais intensa da variante em regiões de baixa imunização – o fato é que a ‘ameaça’ não concretizada reverte em expectativa positiva das bolsas mundiais.
Futuros ianques avançam – Exemplo disso, os futuros ianques operavam nessa quinta-feira (30) em alta, a reboque do bom desempenho da véspera, quando dois de seus principais índices fecharam no azul (S&P 500, + 0,14%; Dow Jones, +0,25%), com exceção, da tecnológica Nasdaq, que recuou 0,1%. Neste ano, porém, a trinca avança (S&P, +27,6%); (Dow Jones, +19,2%); Nasdaq, 22,3%).
Ásia mista – Com resultados variados, as bolsas asiáticas continuam refletindo a ameaça viral, em que, por um lado, o índice nipônico Nikkei e o sul-coreano Kospi recuaram 0,4% e 0,52%, de outro, o Shangai chinês avançou 0,62% e o Hang Seng Index de Hong Kong, que subiu 0,11%, embalado por uma valorização superior a 8% dos papéis da empresa chinesa de inteligência artificial SenseTime Group.
Europa estável – Na Europa, o índice Euro Stoxx 600 – composto pelas ações de 600 empresas dos principais setores de 17 países europeus – avançava 0,15% a 488,70 pontos, sob influência positiva dos setores de tecnologia (0,51%) e imobiliário (0,41%), mas negativa do turismo (-0,44%) e das telecomunicações (-0,28%).
Superávit em novembro – Se depender dos cofres federais, a economia vai bem obrigado. Prova disso é o superávit de R$ 15 bilhões em novembro último, em contraste com o déficit de R$ 18,1 bilhões de igual mês do ano passado, presente no relatório das estatísticas fiscais pelo Banco Central (BC). A toada favorável também se verifica no desempenho do governo central e dos governos estaduais, que tiveram superávits de R$ 3,5 bilhões e R$ 11,7 bilhões, respectivamente, ao passo que as estatais amargaram déficit de R$ 238 milhões.
Sinal trocado – Invertendo o sinal negativo de 2020 – quando apurou déficit de R$ 651,1 bilhões – o setor público consolidado exibe este ano superávit primário de R$ 64,6 bilhões. Também nos últimos 12 meses, este apresenta superávit primário de R$ 12,8 bilhões (0,15% do PIB), resultado deficitário até outubro – R$ 20,4 bilhões (0,24% do PIB).
Juros atingem R$ 41,6 bi – Indicador do custo do dinheiro para o trabalhador, os juros nominais (do setor público consolidado, apropriados por competência) somaram, somente em novembro último, R$ 41,6 bilhões no mês, um salto ante os R$ 2,0 bilhões, registrados em novembro de 2020.
‘Resultados menos favoráveis’ – De acordo com a autoridade monetária, tal ascensão decorre, entre outros fatores, de ‘resultados menos favoráveis’ de operações de swap cambial no período (ganhos de R$ 25,3 bilhões em novembro de 2020 e de R$ 3,0 bilhões em novembro de 2021), mas também pela elevação da taxa básica de juros (Selic). No período acumulado em 12 meses, os juros nominais atingiram a astronômica cifra de R$ 418,0 bilhões (4,86% do PIB), superando os R$ 313,4 bilhões (4,23% do PIB) nos doze meses contados até novembro de 2020.
Baixa qualidade – Indicador da qualidade (ou não) do gasto público, o resultado nominal do setor público consolidado – que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados – apresentou déficit de R$ 26,6 bilhões, no mês passado. Já no acumulado nos últimos meses, o déficit nominal atinge os estratosféricos R$ 405,2 bilhões (4,71% do PIB), avanço ante os R$ 398,7 bilhões (4,68% do PIB) acumulados até outubro.
Dívida líquida de R$ 4,9 tri – Herança de todos, a dívida líquida do setor público (dlsp) alcançou 57% do PIB ou R$ 4,9 trilhões em novembro último, o que representa ligeiro recuo de 0,11 ponto percentual, ante o mês anterior. Esse resultado, de acordo com o BC, decorre, sobretudo, do recuo de 0,5 ponto percentual do PIB nominal; da redução de 0,2 ponto percentual do superávit primário, mas aumento de 0,5 ponto percentual dos juros nominais apropriados.
Dívida bruta de R$ 7 tri – Já a dívida bruta do governo geral (dbgg) – que inclui governo federal, INSS e governos estaduais e municipais – atingiu, igualmente no mês passado 81,1% do PIB (R$ 7 trilhões), o que corresponde a um recuo de 1,1 ponto percentual, em comparação com outubro. Esse resultado, de acordo com a autarquia, foi formado pelos resgates líquidos de dívida (redução de 1,0 p.p.); crescimento do PIB nominal (redução de 0,8 p.p.), e da incorporação de juros nominais (aumento de 0,6 p.p.).
Confiança cai – Outro destaque do dia, o Índice de Confiança Empresarial (ICE) registrou queda de 1,8 ponto percentual este mês (95,2 pontos), em relação ao mês anterior, revelou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre). Se considerado o quarto trimestre do ano (4T21), o recuo do índice foi 3,9 pontos porcentuais, ante o trimestre anterior (3T21), interrompendo a série de dois trimestres de alta seguidos.
Expectativa adversa – Em nota, o economista do FGV-Ibre, Rodolpho Tobler, comenta que o retrocesso do índice, observado em dezembro, confirma o cenário de desaceleração (econômica) que caracteriza o último trimestre do ano, que se disseminou entre os setores econômicos, como reflexo da expectativa dominante no mercado a respeito do momento atual e do próximo ano”.
Bandeira tarifária – Encerrando a agenda tupiniquim, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulga a bandeira tarifária relativa a janeiro. Nos EUA, o departamento de trabalho local informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego recuaram 198 mil, ante os 206 mil solicitados na semana anterior, enquanto economistas consultados pela agência britânica Reuters previam 208 mil solicitações para esse período.
PMI chinês – Somente por volta das 22h de hoje (30) é que o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês) da China divulga o Índice do Gerente de Compras (PMIs na sigla em inglês) composto, industrial e não-manufatura, relativos a dezembro. China divulga PMIs industrial e de serviços de dezembro.
‘Mercados pendurados’ – Embora o dia sirva para ‘ajuste de carteiras’ pelos investidores, o analista do Mizuho Bank, Tan Boom Heng, dá o tom dos últimos momentos de 2021. “Os mercados estão ‘pendurados no otimismo tênue’, enquanto os recursos de saúde fazem um ‘ato de equilíbrio”, admitiu, em entrevista à agência Dow Jones Newswires.
Paralisação ganha reforços – No ‘diário da Corte’, destaque para a decisão dos servidores federais, ontem (29), de promoverem dias de paralisação ao longo de janeiro próximo, com indicativo de início de greve geral em fevereiro, em protesto contra a falta de uma política de reajuste salarial por parte do governo federal.
Entrega no dia 3 – Depois da entrega dos cargos de centenas de chefes da Receita Federal, iniciativa semelhante deverá ocorrer, no próximo dia 3, pelos chefes do BC, adianta o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal).
Lista eletrônica – A partir dessa data, acrescenta a entidade, permanecerá online uma lista eletrônica para adesão ao movimento, com potencial de agregar mais de 200 mil profissionais, de diversas categorias, não prioritários para as pretensões eleitorais do mandatário da hora, que se preocupou apenas em garantir R$ 1,7 bilhão do Orçamento para 2022 aos servidores das forças de segurança.
Covid cai 27% – No diário da Covid, o recuo do dia foi de 27% (106) da média móvel de mortes pelo vírus em sete dias, ante o patamar anterior de 14 dias, de acordo com informações do consórcio de veículos de imprensa.
Principais indicadores
Estados Unidos (Futuros)
Dow Jones, +0,02%.
S&P 500, +0,06%.
Nasdaq, +0,14%.
Ásia
Nikkei (Japão), -0,4% (fechado).
Shanghai SE (China), +0,62% (fechado).
Hang Seng Index (Hong Kong), +0,11% (fechado).
Kospi (Coreia do Sul), -0,52% (fechado).
Europa
FTSE 100 (Reino Unido), -0,01%.
Dax (Alemanha), -0,04%.
CAC 40 (França), +0,13%.
FTSE MIB (Itália), +0,05%.
Commodities
Petróleo WTI, -0,90%, a US$ 75,85 o barril.
Petróleo Brent, -0,72%, a US$ 78,66 o barril.
Minério de ferro, +0,98%, a 669,5 iuanes ou US$ 105,02 (Bolsa de Dalian – China).
Criptomoedas
Bitcoin, -1,77% a US$ 46.885,23 (cotação de um dia).
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