Ações, Units e ETF's
Exterior indefinido; IGP-DI de 17,74% e ameaça de desabastecimento moldam Ibovespa de quinta
Mercados precificam aperto do Fed; inflação se mantém em dois dígitos; greve federal atinge portos
Depois de um início de ano repleto de expectativas positivas, a dura realidade logo se apresenta, a julgar pelo impacto devastador da ata do Federal Reserve (Fed), ontem (5) sobre as bolsas mundiais, que entraram em queda livre ante à perspectiva de juros ianques mais elevados, já a partir em março próximo, por parte do ‘xerife global’, que aplicará o primeiro reajuste da taxa ianque, de mais duas que virão, ao longo do ano.
Dependência mundial – A reviravolta dos negócios globais atesta a grande dependência mundial da injeção mensal de liquidez pelo BC estadunidense (tapering), encoberta pelo período atípico da pandemia (agora ‘atualizada’ por uma variante viral, de menor letalidade), uma vez que agora a prioridade é derrubar o ímpeto inflacionário da maior economia do mundo.
Futuros ianques reagem – Ainda assim, os índices futuros norte-americanos ensaiavam uma reação, como o Dow Jones (+0,23%) e S&P (+0,02%), ao contrário do Nasdaq, que recuava 0,41%, devido ao aumento do rendimento (yield) do papel referencial do Tesouro americano de 10 anos (T-note), a 1,736%, contra 1,706% da sessão anterior.
Redução do balanço – Antes precificada em 63% pelo mercado, a probabilidade de alta dos juros em março passou a 81%, depois que o Fed admitiu elevar os juros, antes mesmo desse prazo. Sobre a perspectiva do avanço da carestia, a equipe de análise da XP admite que “o início da redução do balanço (US$ 8,3 trilhões) também pode começar mais cedo, ao contrário da última vez que o Fed anunciou a medida, que levou dois anos após o primeiro reajuste dos juros. Agora, a expectativa do mercado é de que esse intervalo seja menor”.
Nasdaq ‘tomba’ – Outra informação relevante da autoridade monetária ianque diz respeito à iminente redução da carteira de títulos do Tesouro e aqueles lastreados em hipotecas, acumulados desde a crise pandêmica. Como resultante, ontem (5) o Dow Jones caiu 1,07%; o S&P recuou 1,94% e o tecnológico Nasdaq ‘tombou’ 3,34%, em seu pior desempenho desde fevereiro do ano passado.
Ásia recua – Acompanhando a ressaca, as bolsas asiáticas fecharam todas em baixa, ‘arrastadas’ pelo aperto monetário ianque, mas também como reflexo da performance negativa dos papéis nipônicos, com o índice Nikkei recuando 2,88%; o Shanghai SE (China) baixou 0,25%, tendo como único contraponto o Hang Seng Index, de Hong Kong, subiu 0,72%, por conta da reversão de perdas de ações de tecnologia – Tencent, +1,49%; Alibaba, +5,68% e Meituan, +3,64%.
Negativo predomina – Fechadas no momento do anúncio, as bolsas asiáticas e europeias agora precificando no viés negativo, o que foi considerado um ‘tom duro’ adotado pelo Fed no trato da política monetária, o que serviu para elevar os títulos do Tesouro americano e precipitou a derrubada geral dos negócios internacionais, em especial, os papéis do setor de tecnologia. Na margem, tende a aumentar o custo de tomada de empréstimos.
Adiamento conveniente – Ainda na Ásia, a notícia de que a China Evergrande Group busca ‘adiar’, pelo menos em seis meses, o pagamento de um de seus títulos serviu para que os papéis da incorporadora mais endividada do planeta (US$ 300 bilhões) tivessem valorização de 3,13%.
Stoxx europeu cai – Na Europa, também atingida pela rigidez monetária de Tio Sam, o índice Stoxx 600 – que reúne as ações de 600 empresas dos principais setores de 17 países do continente – recuava 1,4%, com o FTSE 100 do Reino Unido recuando 0,65%; o DAX alemão caindo 1,08%; o CAC 40 francês, baixando 1,23% e o italiano FTSE MIB, com queda de 1,52%.
Petróleo surpreende – Reação surpreendente têm os preços do petróleo, que avançam acima de 1%, devido à associação positiva entre a existência da commodity nos EUA, assim como pelo reflexo positivo da divulgação da ata do Fed.
Valorização de 1,53% – No início da sessão, o contrato futuro do petróleo WTI exibia valorização de 1,53% a US$ 79,04 por barril, enquanto o contrato futuro para o tipo Brent na Nymex (sigla para New York Mercantile Exchange) que serve de referência mundial, subiu 1,35% a US$ US$ 81,90 por barril, na ICE. Nymex é o maior mercado mundial não-virtual de negociação de futuros de commodities.
Minério avança – Na mesma toada positiva, o minério de ferro também sobe 4,1% a 717 iuanes ou US$ 112,47 a tonelada na Bolsa de commodities chinesa de Dalian), maior valorização desde 27 de outubro passado. Já na Bolsa de Cingapura, o contrato mais negociado, com vencimento em fevereiro próximo, cresceu 2,4%, melhor resultado desde 24 de dezembro do ano passado.
Recuperação da demanda – O movimento positivo decorre, apontam analistas, pela expectativa de recuperação da demanda por matérias-primas e produtos siderúrgicos, que deve ganhar impulso depois do encerramento da Olimpíada de Inverno em Pequim, no próximo mês, quando o governo de Pequim deverá levantar restrições à produção do aço, para causar boa impressão aos atletas do mundo inteiro, que participarão do evento.
IGP-DI a 17,74% – No front interno, destaque para a alta de 1,25% do Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) – elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) – em dezembro último, invertendo o sinal do mês anterior, quando havia apurado queda de 0,58%. No ano, a taxa atingiu +17,74%
IPA-DI ‘vilão’ – Na avaliação do coordenador de índices de preços da fundação, André Braz, o resultado do último mês de 2021 foi influenciado, sobretudo, pelo avanço de 1,54% do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que também havia caído 1,16% em novembro – peso ponderado de 60% no IGP-DI, que subiu 20,64%, no ano passado.
Commodities e bovinos – Em nota, Braz explica que “a aceleração registrada nos preços do minério de ferro (de -24,98% para 17,62%), de bovinos (de 2,60% para 8,33%) e do café (de 8,02% para 9,16%) foram determinantes para a aceleração da inflação ao produtor, o que acabou compensando o arrefecimento da inflação ao consumidor.
Produção industrial menor – Outro indicador relevante é o recuo de 0,2% da produção industrial em novembro último, ante outubro, captado pela Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada hoje (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com esse resultado, a indústria está 4,3% abaixo do patamar observado antes da pandemia.
Positivo no acumulado – Enquanto que, para igual mês de 2020, a queda de produção do setor chegou a 4,4%, no acumulado e 12 meses, contados até novembro passado, há crescimento de 5%, e de +4,7% em 2021, também até novembro.
Sem horário – O investidor igualmente deve ficar atento à divulgação dos dados semanais (sem horário previamente divulgado) sobre consumo de energia, pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.
Desemprego by EUA – Na agenda externa, vale conferir os pedidos iniciais de auxílio-desemprego da primeira semana do ano nos EUA, com previsão de 197 mil solicitações; dados da balança comercial semanal ianque de novembro, com estimativa de saldo negativo de US$ 77,1 bilhões.
Desabastecimento à vista – Na treta fiscal, aumenta a preocupação de que a greve dos servidores federais, reforçada por mais adesões, poderá prejudicar o abastecimento nacional, a exemplo da operação-padrão (redução do ritmo de trabalho) deflagrada por auditores da Receita Federal no Porto de Santos, o maior do país, a exemplo do atraso na liberação de trigo importado da Argentina. Segundo a Associação Brasileira de Trigo (Abitrigo), três navios aguardam autorização para desembarcar cerca de 100 mil toneladas do cereal, quantidade que equivale ao consumo mensal da capital paulista, a maior cidade brasileira.
Filas de caminhões – Ao mesmo tempo, o corte de atividades da alfândega de Pacaraima (RR) produziu uma fila de 800 caminhões no local, assim como 267 carretas em Foz do Iguaçu (PR), na fronteira tríplice com Argentina e Paraguai, aguardam sinal para entrar novamente no país.
Covid cai pouco – No diário da Covid, caiu 2% a média móvel de mortes em sete dias (98), em comparação com o patamar de 14 dias antes, informou o consórcio de veículos de imprensa.
Principais indicadores
EUA (Futuros)
Dow Jones, +0,17%,
S&P 500, -0,1%.
Nasdaq, -0,05%.
Ásia
Nikkei (Japão), -2,88% (fechado).
Shanghai SE (China), -0,25% (fechado).
Hang Seng Index (Hong Kong), +0,72% (fechado).
Europa
FTSE 100 (Reino Unido), -0,65%.
Dax (Alemanha), -1,08%.
CAC 40 (França), -1,23%.
FTSE MIB (Itália), -1,52%.
Commodities
Petróleo WTI, +1%, a US$ 78,63 o barril.
Petróleo Brent, +0,83%, a US$ 81,47 o barril.
Minério de ferro, +4,14%, a 717 iuanes ou US$ 112,45 (Bolsa de Dalian – China).
Criptomoedas
Bitcoin, -9,2%, a US$ 42.747 (cotação de um dia).
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