Ações, Units e ETF's
Exterior negativo, juros e reformas pautam Ibovespa
Empresa chinesa com risco de falir contamina negócios externos; gestão do Fed também preocupa investidor
Diante do forte viés de baixa das bolsas mundiais, contaminadas pelo risco endêmico (sobre os mercados) de pedido de falência iminente da gigante incorporadora imobiliária chinesa Evergrande, como também pela persistente dúvida do mercado quanto ao ritmo de retirada de estímulos monetários (US$ 120 bilhões por mês) do Federal Reserve (Fed) à economia ianque (com inflação crescente, como aqui), o investidor confere o impacto desses fatores no Ibovespa que abre essa inquieta semana, marcada por reuniões simultâneas do board do Fed e do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que se encerram igualmente no mesmo dia – na próxima quarta (22).
Temor de ‘tombo’ – Sob o espectro de um ‘tombo’ maior no mercado, na reabertura, amanhã (21) das bolsas do Japão, China e Coreia do Sul – fechadas hoje (20), devido a feriados nacionais locais – o mercado deve continuar a precificar o impacto da insolvência da Evergrande (papéis com recuo de 10,24%), cujos temores já derrubaram em 4% o índice Hang Seng, de Hong Kong, o mesmo ocorrendo nas bolsas europeias (em que o índice Stoxx 600, acusa perdas de 1,7%) e nos índices futuros estadunidenses.
Negócio azedou – Para ‘azedar’ de vez o clima dos negócios internacionais, o minério de ferro despenca mais de 8%, sendo negociado em Singapura a US$ 92,80 – baixa de 55% em apenas dois meses – em decorrência dos cortes na produção de aço pelo governo chinês, que seriam compatíveis com a desaceleração do setor de construção civil e com a necessidade de atingir supostas metas ambientais, por parte do gigante asiático e segunda economia do planeta.
Nova ‘boca’ – Enquanto as expectativas nacionais imediatas se voltam, nessa segunda (20) para os números de PIB, inflação e juros (Selic), do Boletim Focus, do BC, e não vai a Plenário a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios (23/2021) – aprovada, na quinta-feira (17), pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados – a reforma do Imposto de Renda (IR), voltou a empacar no Senado, o que ainda desperta muita incerteza no mercado, sobretudo no que toca à taxação de dividendos, outra ‘boca’ que financiaria o novo Bolsa Família. Em tempo, precatórios são dívidas do governo com credores, inclusive cidadãos, que ganharam causas na Justiça.
Saque à luz do dia – Com o financiamento do novo Bolsa-Família (Auxílio Brasil) sacado diretamente, à luz do dia, do bolso do contribuinte, via Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o principal problema político e eleitoral do governo está praticamente resolvido. Para o contribuinte trabalhador infalível resta enfrentar a escala programada da taxa básica de juros (Selic), para fazer frente à inflação crescente, por sua vez estimulada pelos desvarios políticos dos poderes, leia-se, aumento da percepção de risco fiscal, devidamente precificada pela atividade produtiva.
O ‘céu é o limite’ – Outra grande incógnita, que também afeta as cotações, é tentar precificar o que significa a expressão ‘onde precisar levar’, proferida pelo guardador da moeda nacional, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, ao se referir à perspectiva de novas altas da Selic, taxa básica de juros, a reboque da inflação, turbinada pelo próprio ímpeto pela retomada da economia. Na ocasião, Neto também admitiu que os ‘tais ruídos’, por ele referidos, na verdade, remetem à grande dificuldade de o Executivo fazer avançar as reformas no Parlamento. Como dado real ao dirigente, o fato de que Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) já acumula alta superior a 30% em 12 meses.
Água pra que? – O que causa estranheza ao investidor é o fato de o comandante da autoridade monetária antecipar a alta da Selic, para 6,25% ao ano, antes mesmo da reunião do Copom. De efetivo mesmo, o noticiário nada reporta sobre a maior crise, literalmente de fundo, a hídrica, enquanto o volume de água dos reservatórios cai a níveis recordes, das últimas décadas. Na agenda do dia, a divulgação do desempenho mais recente da balança comercial, pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Principais indicadores
Estados Unidos
*Dow Jones Futuro (EUA), -1,5%
*S&P 500 Futuro (EUA), -1,27%
*Nasdaq Futuro (EUA), -1%
Europa
*FTSE 100 (Reino Unido), -1,59%
*Dax (Alemanha), -2,19%
*CAC 40 (França), -2,24%
*FTSE MIB (Itália), -2,29%
Ásia
*Nikkei (Japão), +0,58% (não abriu)
*Shanghai SE (China), +0,19% (não abriu)
*Hang Seng Index (Hong Kong), -3,3% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +0,33% (não abriu)
Commodities e Bitcoin
*Petróleo WTI, -1,93%, a US$ 70,58 o barril
*Petróleo Brent, -1,61%, a US$ 74,13 o barril
*Bitcoin, -7,06% a US$ 44.608,41
*Sobre o minério: **A bolsa de Dalian permaneceu fechada por conta de feriado.
USD/CNY = 6,45
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