Ações, Units e ETF's
Exterior positivo; alta de commodities e tensão fiscal por greve pautam Ibovespa de quarta
‘Treasures’ estáveis; alta forte de petróleo e minério e paralisação de servidores pressionam cotações
Ante índices futuros de ações ianques alternando altas e baixas, e com o Ibovespa futuro, às 9h15, em alta moderada de 0,54% (108.080 pontos), o temor global de um aperto monetário mais forte, por parte dos BCs (sobretudo o Federal Reserve, Fed, banco central estadunidense) agora ganhou novo foco, geopolítico, seja pela guerra no Oriente Médio (que catapulta ‘às estrelas’ os preços do petróleo), como na ameaça russa de nova invasão da Ucrânia, aliada ocidental massacrada, aos milhões, por Stalin nos anos 30 (Holodomor).
Liquidação de vencimentos – A oscilação dos indicadores futuros, porém, também está relacionada com a liquidação de vencimentos de papéis em Wall Street, por sua vez, impulsionados pelo avanço do rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries) que, na véspera (18) atingiram 1,87%, patamar mais elevado em dois anos, depois de iniciar a 1,5%, no início de 2022.
Alívio a mercados – A decorrente ‘estabilidade’ momentânea dos rendimentos dos Treasuries, o que permitiu aos mercados cambial e de juros futuros algum ‘alívio’ no que toca a ativos de risco globais, resultando em baixa dos prêmios de risco. Nessa manhã, quando o dólar encolhia à casa dos R$ 5,52, os juros futuros apontavam declínio, ante um cenário de liquidez reduzida. Para o executivo da LPL Financial, Ryan Detrick, ao site da rede de televisão norte-americana CNBC, “o fato de o rendimento do papel de dois anos superar 1% significa que o mercado de títulos ‘concorda’ com o Fed que aumentos mais agressivos estão chegando”.
DIs em queda – Já no futuro tupiniquim, os juros caíram em conjunto, a exemplo do rendimento do DI para janeiro de 2023, que perdeu quatro pontos-base (12,04%); o de vencimento em janeiro de 2025 recuou cinco pontos (11,43%), ao passo que os DIs que vencem nos primeiros meses de 2027 e de 2029 tiveram baixas de seis e cinco pontos, respectivamente.
Ásia negativa – Enquanto as bolsas asiáticas fecharam em baixa, em sua maioria (Nikkei japonês, -2,8%; Shanghai SE chinês, -0,33%; Kospi sul-coreano, -0,77%), única exceção para Hang Seng Index, que avançou 0,06%, na Europa ocorreu praticamente o inverso, com o predomínio de altas (britânico FTSE 100, +0,07%; DAX alemão, +0,14%; CAC 40 francês, +0,54%), com exceção do FTSE MIB italiano, -0,26%.
Commodities sobem – No plano das commodities, o petróleo segue em ascensão, com o barril do tipo brent batendo os US$ 89, maior patamar em mais de sete anos, por conta, sobretudo por problemas de interrupção no duto de fornecimento do Iraque para a Turquia, assim como a tensão crescente entre os Emirados Árabes Unidos (EAU) e rebeles do Iêmen, apoiados pela Rússia, em vias de ocupar militarmente a vizinha Ucrânia.
Demanda em alta – Reforça o viés altista da commodity a estimativa, divulgada pela Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), também nessa quarta-feira (19), de que a demanda pela commodity deverá superar, este ano, os níveis atingidos no período pré-pandemia. A declaração da entidade pressupõe a percepção de que a expansão da variante viral ômicron não será forte o suficiente para impedir a retomada econômica mundial.
Acima de 2019 – Dessa forma, a expectativa da agência é de que a demanda total de petróleo este ano deverá chegar a 99,7 milhões de barris – 200 mil barris por dia acima dos níveis de 2019 – o que corresponde a 3,3 milhões de barris por dia.
Minério ‘turbinado’ – Enquanto isso, o minério de ferro valorizava, nessa quarta (19) 4,26% a 735 iuanes ou US$ 115,8, na bolsa de commodities chinesa de Dalian, enquanto no porto de Qingdao, do mesmo país oriental, a elevação foi mais discreta (2,80%) a US$ 131,23. De acordo com analistas, o movimento positivo decorre, entre outros fatores, do recente empenho de Pequim, no sentido de “usar as ferramentas de política monetária possíveis para manter o crescimento em nível elevado e aumentar a expansão de crédito”.
Divulgação de balanços – Na agenda internacional, destaque para a divulgação dos balanços trimestrais do Bank of America (NYSE:BAC); Morgan Stanley (NYSE:MS); Procter & Gamble, US Bancorp (NYSE:USB), UnitedHealth e United Airlines (NASDAQ:UAL). Até agora, a retrospectiva é francamente positiva, com 70% das 33 empresas do S&P 500 superando as expectativas do mercado. Igualmente hoje (19) será divulgado, nos EUA, o número de permissões para construção de imóveis e número de casas cuja construção teve início em dezembro último.
Treta continua – Na treta palaciana, prosseguem as negociações entre Executivo e servidores federais, tendo em vista algum acordo que atenda às reivindicações salariais de mais de 40 categorias profissionais, que prometem novas manifestações, brasil a fora, enquanto a greve não se concretiza.
Quem paga a conta? – De um lado, os servidores estimam em R$ 84,45 bilhões a conta salarial a ser paga pelo governo, cujo posicionamento é tão incerto como seu destino eleitoral, em outubro próximo. A única informação, de bastidores, disponível na mídia, é que a equipe econômica já reconheceu a inviabilidade de atender o pleito dos servidores, pois “não haveria espaço (orçamentário) para reajustes salariais mais amplos aos servidores”.
Fluxo estrangeiro – Na agenda interna, a divulgação, no início da tarde, também por parte do BC, dos números mais recentes do fluxo cambial estrangeiro.
Covid avança 88% – No diário da covid, o vírus chinês matou 185 brasileiros, segundo a média móvel de mortes em 7 dias, alta de 88%, se comparado ao patamar de 14 dias antes, informou o consórcio dos veículos de imprensa.
Principais indicadores
Estados Unidos (futuros)
Dow Jones, +0,07%.
S&P 500, +0,13%.
Nasdaq Futuro, +0,22%.
Ásia
Nikkei (Japão), -2,8% (fechado).
Shanghai SE (China), -0,33% (fechado).
Hang Seng Index (Hong Kong), +0,06% (fechado).
Kospi (Coreia do Sul), -0,77% (fechado).
Europa
FTSE 100 (Reino Unido), +0,07%.
DAX (Alemanha), +0,14%.
CAC 40 (França), +0,54%.
FTSE MIB (Itália), -0,26%.
Commodities
Petróleo WTI, +0,94%, a US$ 86,22 o barril.
Petróleo Brent, +0,72%, a US$ 88,13 o barril.
Minério de ferro, +4,26%, a 735 iuanes ou US$ 115,8 (Bolsa de Dalian – China).
Criptomoedas
Bitcoin, -0,24%, a US$ 41.559,59.
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