Economia
Exterior positivo; queda de aversão viral e novo recuo do PIB pautam Ibovespa de segunda
Ciclo altista do fim de 2021 se mantém; vacinas animam mercados e economia brasilis cai de novo
Com viés positivo – a reboque de notícias animadoras quanto à eficácia de vacinas no controle do pequeno (ômicron) surto pandêmico – os índices ianques e europeus decolam com discrição nessa primeira sessão do ano, na qual, mais cedo, o mercado asiático apresentara desempenhos mistos.
EUA avançam – Também contribuem para o cenário azul o próprio desempenho do mercado estadunidense nos últimos meses, a exemplo de 2021, quando seus principais índices fecharam todos em alta (S&P 500 +27%); o Dow Jones (+18,73%); Nasdaq (+ 21,4%), consolidando o maior avanço acionário de Tio Sam – ainda, a maior economia do planeta – em um único ano, desde 1999.
Ásia mista – Na Ásia, as bolsas locais apresentaram resultados díspares, caso das quedas do Nikkei japonês e do Hang Seng Index, de Hong Kong (-0,4% e -0,53%, respectivamente), em contraste com as altas do chinês Shanghai SE e o sul-coreano Kospi (+0,57% e +0,37%, respectivamente).
Evergrande suspensa – No caso específico do gigante asiático, destaque para a suspensão de negociação de ações da megaendividada (US$ 300 bilhões) incorporadora chinesa Evergrande na bolsa de Hong Kong, a despeito de seus papéis acusarem valorização de 12%. Também positiva foi a performance das ações da empresa chinesa de inteligência artificial Sensetime, que subiram praticamente 29% nessa segunda-feira (3).
Europa azul – No ‘velho continente’, por sua vez, o índice Stoxx 600 – composto pelas ações de 600 empresas dos principais setores de 17 países europeus – avançava 0,6%, igualmente refletindo o menor temor do investidor quanto à expansão da variante na região. Enquanto o índice FTSE 100 do Reino Unido não operou, o Dax alemão subiu 0,97%; o CAC 40 francês avançou 0,95% e o FTSE MIB decolou 1,12%.
PIB cai de novo – No campo pátrio, o maior impacto do dia, é o novo recuo de previsão para o PIB deste ano, desta vez, de 0,42% para 0,36%; mantido em 1,80% para 2023, e em 2%, para 2024. A sequência marca uma continuidade de quedas do índice global de riquezas do país, produzidas durante o ano, que em 2021 recuou de 4,51% para 4,5%, pelo critério de ponto-médio de expectativas.
IPCA de 10,01% – Mais tímido, ainda, é o recuo do índice oficial de inflação (IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2021, que desceu só de 10,02% para 10,01% (muito acima da meta de inflação de 3,75% para o ano) o que atesta a resiliência inflacionária, quando o viés ‘começa’ a ser de queda.
Convergência às metas – Já o IPCA para este ano se manteve estável em 5,03%, ao passo que para 2023, houve declínio, de 3,38% para 3,41% e estabilidade de 3% para 2024, conforme expectativa da autoridade monetária de convergência do índice às metas de inflação deste ano (3,50%); para 2023 (3,25%) e em 2024 (3,00%), com margem de 1,5 ponto percentual acima ou abaixo.
Estabilidade cambial – No caso do câmbio, o dólar para o fim de 2022 é de R$ 5,60, ao passo que o ponto-médio das projeções para 2023 estacionou em R$ 5,40, caindo para R$ 5,30, no ano seguinte.
Resiliência industrial – Na economia real, a indústria nacional confirma a resiliência apresentada na reta final do ano passado, ao ter apresentado ligeira queda do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) que caiu de 64,0, em novembro, para 61,5 em dezembro último, conforme levantamento, divulgado, nessa segunda (3) a consultoria IHS Markit, ao concluir ser esse, ainda, um patamar de ‘crescimento acentuado’ do setor, “mesmo que a um ritmo mais lento”, desde junho último.
Ampliação de estoques – Na perspectiva, as empresas passaram a ampliar a produção para ampliação dos estoques, de modo a atender a demanda aquecida por novos negócios, tanto no nível interno, quanto externo, a exemplo dos insumos, cujos custos aumentaram em dezembro último, por conta de escassez de matérias-primas, inflação alta e desvalorização do real ante o dólar.
Condições para o otimismo – A despeito das dificuldades, o otimismo predomina entre os industriais, mesmo que condicionado ao fim da pandemia; a aprovação das reformas estruturais no Congresso e a recuperação da oferta de materiais pelo mercado.
Contas externas – Na agenda, às 15h, o Ministério da Economia divulga as contas externas do país, em dezembro, com destaque para a balança comercial.
Petróleo e minério avançam – No terreno das commodities, enquanto o preço do petróleo avança mais de 1% e o do minério de ferro sobe 0,8% na Bolsa de Dalian (China), sob a tensão que precede a reunião da Opep (maiores produtores mundiais), na qual será discutida a nomeação de um novo secretário-geral, com favoritismo para Haitham al-Ghais, ex-representante do Kuwait na Opep.
Mudança de cadeira – A questão poderá resultar, ou não, numa mudança de posição em relação à produção da commodity, mais contracionista por parte do secretário-geral em fim de mandato, o nigeriano Mohammad Barkindo, que teria feito um ‘acordo’ tácito com a Rússia para reduzir a produção, aumentar o preço do petróleo e reequilibrar sua oferta no mercado. Nova reunião do grupo deve ocorrer amanhã (4), entre a Opep e associados (Opep+) deverá tratar desse tema sensível.
Auxílio sancionado – No diário do Planalto, o presidente sancionou, com dois vetos, o projeto de lei que cria o Auxílio Brasil, programa social eleitoreiro que substitui o petista Bolsa Família em 2022, pagando, desde o final do ano passado, R$ 400 a 17 milhões de famílias cobertas pelo benefício.
Sem dotação – Ao vetar o dispositivo pelo qual as despesas do programa ocorreriam conforme as dotações orçamentárias alocadas ao Auxílio Brasil, a Presidência argumentou que a proposta original “alterava a natureza da despesa do programa e leva à ampliação das despesas sem que haja a devida dotação orçamentária”.
Responsável agora? – O outro veto diz respeito à fixação de metas para taxas de pobreza, pois o Executivo avaliou que essa medida geraria ônus federal, em dissonância com a gestão fiscal ‘responsável’. Na mesma toada, a Secretaria-Geral da Presidência soltou nota, afirmando que o atendimento de potenciais beneficiários “dependerá das dotações orçamentárias disponíveis, com vistas a cumprir as regras de responsabilidade fiscal”.
Covid cai 26% – No diário da Covid, o vírus chinês matou 98 brasileiros, o que representa queda de 26% da média de mortes pela enfermidade em sete dias, em comparação com o patamar anterior, de 14 dias, informou o consórcio de veículos de imprensa.
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