Exterior positivo; recuo de inflação nos EUA e reação do BC pautam Ibovespa de quarta

Um dia depois de o presidente do Federal Reserve (Fed) – banco central estadunidense –  Jerome Powell afirmar que a instituição ‘está determinada a garantir que a inflação alta não se torne arraigada (ou resistente), os índices futuros ianques operavam todos no positivo (Dow Jones, +0,06%; S&P 500, +0,07%; Nasdaq, +0,17%), no início da sessão dessa quarta-feira (12), como reflexo do entendimento do mercado de que a política monetária dos EUA será bem menos rígida do que se esperava, a princípio.

Aperto necessário – Em sua preleção de véspera (11), Powell afirmou que “em vez de diminuir o crescimento do emprego, um aperto da política monetária é necessário para manter a expansão econômica”, o que serviu para reduzir a expectativa em torno de uma redução mais rápida do balanço patrimonial do Fed, como se esperava.

Alta mais rápida – Na oportunidade, o xerife ianque também teria admitido a necessidade de uma alta ‘mais rápida’ dos juros, mas sem adiantar (é claro) quando o fará, acrescentando que “a economia não precisa mais de suporte extraordinário”, numa referência velada ao programa de injeção bilionária mensal (US$ 120 bilhões) à economia ianque”, embora reconheça que ainda “há um longo caminho até a normalização”.

Preços ao consumidor recuam – Reforça alta dos juros pelo Fed, a partir de março próximo, a subida de 0,5% dos preços ao consumidor dos EUA, em dezembro último, pouco abaixo da alta de 0,8%, registrada no mês anterior, resultado que, anualizado, consolida a maior inflação do país (7%) em 40 anos.

Livro Bege – Também devem influir nas cotações, a divulgação do “Livro Bege”, que examina as atuais condições da economia norte-americana, o que servirá de base para um encontro de autoridades econômicas locais, previsto para 25 e 26 de janeiro próximos.

Curta duração – Em outro trecho do pronunciamento da véspera (11), Powell manifestou a expectativa de que   o impacto econômico da crise viral “seja de curta duração e que os próximos trimestres podem ser muito positivos”.

Ásia positiva – No outro canto do planeta, as bolsas asiáticas reagiram ao Fed com altas expressivas, a exemplo do japonês Nikkei (+1,92%); o chinês Shanghai SE (China), +0,84%; o Hang Seng Index de Hong Kong, +2,79% e o sul-coreano Kospi, +1,54%, por sua vez, também influenciados pelo recuo, de 2,3% para 1,5% do índice de preços ao consumidor da China em dezembro último, ante o mês anterior. O patamar ficou abaixo, inclusive, do que previam analistas ouvidos pela agência britânica global Reuters.

Europa, também – A maré positiva também ‘arrastou’ a Europa, com o índice Stoxx 600 avançando 0,5%, sob influência positiva do setor de recursos básicos, em que todos os seus índices ficaram no ‘azul’, como o britânico FTSE 100 (+0,72%); o DAX alemão (+0,45%); o CAC 40 francês (+0,54%) e o FTSE MIB italiano (+0,44%).

Previsões cortadas – Em contraponto, o Banco Mundial emitiu nota em que corta as previsões de crescimento, tanto dos EUA, da Zona do Euro, como da China, sob o argumento de que tais regiões apresentam “alto nível de endividamento; aumento da desigualdade de renda e risco de repique pandêmico, o que pode colocar em xeque a retomada econômica mundial.

Petróleo e minério sobem – No campo das commodities, enquanto o preço do petróleo tipo Brent (referência mundial) subia 0,27%, o minério de ferro exibia valorização de 2,43%.

Offshore enigmático – Enigmático quando lhe é conveniente, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, nada acrescentou, ao afirmar que “serão tomadas as devidas providências” no que se refere à resiliência inflacionária, precificada pelos dois dígitos do IPCA, que fechou 2021 em 10,06%, quase três vezes a meta inflacionária do ano passado, de 3,5%.

Omissão conveniente – Para o comandante da moeda, o estouro da meta tem como ‘vilões’ de primeira hora, “a forte elevação dos preços das commodities; tarifas mais altas de energia elétrica e gargalos das cadeias produtivas globais”. Por conveniência ou não, Campos Neto deixou de citar o risco fiscal promovido pelo governo a que pertence, um dos principais fatores da carestia de que um investidor offshore isento não precisa se preocupar.

Covid acelera – No diário da covid, a média móvel de novos casos apresentou alta de 631%, em relação ao patamar de 14 dias antes, informou o consórcio de veículos de imprensa.

Principais indicadores

Estados Unidos (futuros)

Dow Jones, +0,06%.
S&P 500, +0,07%.
Nasdaq, +0,17%.

Ásia

Nikkei (Japão), +1,92% (fechado).
Shanghai SE (China), +0,84% (fechado).
Hang Seng Index (Hong Kong), +2,79% (fechado).
Kospi (Coreia do Sul), +1,54% (fechado).

Europa

FTSE 100 (Reino Unido), +0,72%.
Dax (Alemanha), +0,45%.
CAC 40 (França), +0,54%.
FTSE MIB (Itália), +0,44%.

Commodities

Petróleo WTI, +0,63%, a US$ 81,73 o barril.
Petróleo Brent, +0,49%, a US$ 84,08 o barril.
Minério de ferro, +3,07%, a 737,5 iuanes ou US$ 115,88 (Bolsa de Dalian – China).

Criptomoedas

Bitcoin, +1,75%, a US$ 42.702,41.