Falência de banco ianque foi a ‘loteria premiada’ para dois jovens brasileiros

Ruim para alguns, muito bom para outros tantos. Assim pode ser descrito o desdobramento do colapso financeiro do banco estadunidense Silicon Valley Bank (SVB), para dois jovens brasileiros, que receberam, no espaço de dois dias, depósitos no valor de US$ 2,3 bilhões (R$ 11,7 bilhões).

No momento em que o desespero tomava conta do sistema bancário ianque, devido à falência do SVB, uma fintech verde-amarela fez jus à uma linha de crédito no montante bilionário já mencionado, além de ‘ganhar’, sem qualquer ônus, uma carteira composta por 5 mil clientes.

Segundo um dos cofundadores da Brex (fintech de cartões corporativos no Vale do Silício, avaliada em US$ 12,3 bilhões no ano passado), Pedro Franceschi, “em retrospectiva, parece que foi uma oportunidade ótima. Mas no calor do momento, foi muito arriscado”.  O outro jovem brasileiro ‘sortudo’ é Henrique Dubugras.

A história da incrível sorte de Franceschi, de apenas 26 anos,  foi contada em palestra proferida por ele mesmo, na Brazil Conference – evento conjunto, organizado pelas universidades de Harvard e MIT (Massachusetts Institute of Technology), em Cambridge, na região de Boston. “Eu não dormi muito na época e provavelmente não dormi até agora também”, admitiu, animado, o jovem bilionário.

Franceschi conta que “um de nossos maiores concorrentes estava nessa área há 40 anos, mas decidiu sair do negócio”, ao acrescentar que, ao menos, 40% dos cientes da Brex empregavam os serviços do SVB. Além disso, a Brex, apenas quatro horas após o anúncio da falência do SVB, decidiu criar uma linha de crédito emergencial para todos os seus clientes.

A crise bancária dos EUA foi precipitada com o colapso do SVB – maior banco em depósitos do Vale do Silício e 16º maior do país – em 10 de março último, o que obrigou ao banco central estadunidense o Federal Reserve (Fed), juntamente com FDIC (fundo garantidor de créditos) a anunciar que seriam honrados os depósitos no montante de US$ 175,4 bilhões, como medida emergencial para impedir que ocorresse uma ‘corrida aos bancos’.