Falhas da Boeing e da FAA causaram acidentes do 737 MAX, aponta relatório do Congresso dos EUA

Um painel da Congresso dos Estados Unidos concluiu, depois de 18 meses de investigação, que os dois acidentes fatais com o Boeing 737 MAX foram o “terrível resultado” das falhas da fabricante Boeing e da Federal Aviation Administration (FAA). Nas ocasiões, todos os 346 passageiros e tripulantes a bordo morreram.

Em relatório crítico divulgado nesta quarta-feira, o Comitê de Transporte e Infraestrutura da Câmara, de maioria democrata, disse que os acidentes “não foram resultado de uma falha singular, erro técnico ou evento mal administrado”.

“Eles foram o terrível resultado de uma série de suposições técnicas incorretas dos engenheiros da Boeing, uma falta de transparência por parte da administração da Boeing e uma supervisão grosseiramente insuficiente da FAA.”

Em março de 2019, o 737 MAX foi suspenso após a queda do voo 302 da Ethiopian Airlines, perto de Addis Abeba, que matou todos as 157 pessoas a bordo. Menos de seis meses antes, em outubro de 2018, um Lion Air 737 MAX também havia caído na Indonésia, acabando com a vida de 189 pessoas.

Ao relatar uma série de problemas no projeto do avião e na aprovação da FAA, o relatório aponta que “a Boeing falhou em seu design e no desenvolvimento do MAX, e a FAA falhou na supervisão da Boeing e na certificação da aeronave”.

Em reposta, a fabricante Boeing afirmou que “aprendeu muitas lições difíceis como empresa com os acidentes … e com os erros que cometemos”, que cooperou totalmente com o comitê da Câmara, e que a revisão de design no 737 MAX recebeu avaliação interna e externa intensiva, incluindo mais de 375 mil horas de engenharia e 1.300 voos de teste.

Em comunicado, a FAA disse que atuará “para implementar as melhorias identificadas em seu relatório” junto a parlamentares, e que estava “focada no avanço da segurança geral da aviação, melhorando nossa organização, processos e cultura”.