Economia
Faturamento da indústria cai pelo quinto mês seguido
Segundo a CNI, recuo em janeiro foi de 0,9%, ante dezembro do ano passado
Pelo quinto mês seguido, o faturamento real da indústria apresentou queda, desta vez, de 0,9% em janeiro último, em relação ao mês anterior (já considerando o ajuste sazonal, que remete a fatores que influem naquele período específico do ano), e recuo de 1,1%, considerando igual mês de 2022, informou, nesta quarta-feira (8), a Confederação Nacional da Indústria (CNI), ao atribuir o resultado “ao período de maior incerteza que marcou os últimos meses de 2022”.
Entretanto, a entidade aponta avanços significativos em indicadores como horas trabalhadas na produção (0,5%), emprego (0,5%) e massa salarial (1,5%). Em contrapartida, o comparativo mensal também revelou queda de 0,3$ no rendimento médio real dos trabalhadores, ao passo que apresentou estabilidade (79,7%) o quesito utilização da capacidade instalada. No comparativo anual (janeiro/23 ante janeiro/22), as horas trabalhadas na produção tiveram elevação de 3,2%, enquanto o rendimento médio real cresceu 6,6%.
Em nota, a CNI avalia que “ao mesmo tempo que os indicadores associados ao mercado de trabalho seguem em alta, o faturamento apresenta uma queda disseminada entre os setores da indústria de transformação. Isso reflete, nos bens de capital, por exemplo, um contexto de cautela na aquisição de bens de capital associado ao início do novo ciclo político”.
Apesar do desempenho negativo do faturamento nos últimos meses, a Confederação entende que, ao menos, a maior parte dos indicadores inicia 2023 em patamar superior ao começo do ano passado, com destaque para os índices de emprego, horas trabalhadas, massa salarial e rendimento médio do trabalhador.
Para a economista da CNI, Larissa Nocko, “a pesquisa mostra um fôlego relacionado ao mercado de trabalho, mas ao mesmo tempo um recuo do faturamento real das empresas. A alta no emprego vem associada ao aumento do número de horas trabalhadas na produção, o que mostra um certo nível de aquecimento da atividade industrial”.
Outra conclusão relevante da pesquisa – iniciada em 1992, abrangendo estados que respondem por mais de 90% do produto industrial brasileiro – diz respeito à evolução de curto prazo da atividade, em especial, da indústria de transformação.
Também cabe destaque a estabilidade apresentada, nos últimos cinco meses, do emprego industrial, que apresentou alta de 1% em janeiro último, no comparativo anual, enquanto a massa salarial subiu 1,5% ante dezembro de 2022, acumulando alta 7,8%, no confronto com janeiro de 2022. Já as horas trabalhadas, registraram crescimento mensal de 0,5% e anual, de 3,2%.
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