Educação
Fies: adimplentes param de pagar parcelas visando melhores descontos
Governo Federal forneceu desconto aos inadimplentes do programa, porém para os adimplentes os descontos fornecidos não trouxeram vantagem!
Com o desconto fornecido pelo atual presidente Jair Bolsonaro (PL) aos graduados inadimplentes do programa Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), vários outros graduados que eram adimplentes decidiram parar de pagar as parcelas do financiamento, almejando conquistar descontos altos, assim como os primeiros. Para saber mais sobre o assunto, continue conosco!
O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies)
O Fies foi instituído pela Lei n° 10.260/2001 e é um programa direcionado para o financiamento da graduação de estudantes de instituições privadas. Os alunos que podem solicitar o programa com taxa real zero de juros são aqueles que possuem avaliações positivas e que detêm de uma renda familiar de até três salários mínimos (R$ 3.636) por pessoa.
Também há a modalidade P-Fies, para estudantes que possuem até cinco salários mínimos (R$ 6.060) por pessoa, porém há juros de 1,9% a 2,5% ao mês. Ao longo do curso, o estudante precisará realizar o pagamento apenas da coparticipação mensal a instituição financeira e, dada a conclusão do curso, será realizada a amortização do saldo que em débito.
Adimplentes decidem parar de pagar as parcelas
Esse é o caso de Hudson Vieira, psicólogo de 31 anos, que parou de realizar o pagamento do Fies. No ano de 2016, ao concluir a sua graduação, o psicólogo conquistou um emprego de forma autônoma na área de atendimentos clínicos. A principio, ele conseguia realizar o pagamento das parcelas com tranquilidade, porém a situação mudou na pandemia. De acordo com ele:
“Na pandemia, o meu orçamento caiu para 50%, porque não tinha muito atendimento, mas continuei pagando. Agora, percebi que compensa mais deixar de pagar e esperar um desconto. Quem pagava em dia quase não recebeu desconto, fora a exigência de pagamento à vista”.
Aqueles que têm suas prestações em dia, possuem acesso a um desconto de 12% sobre o valor firmado, caso desejem realizar a antecipação do pagamento da dívida. No entanto, a quitação precisa ser paga a vista para que o desconto seja válido.
No contexto de Vieira, o valor da dívida seria diminuído para R$ 35 mil, dado que o psicólogo estava adimplente no último ano. Porém, ele acredita que seria mais eficaz se o desconto fosse aplicado sobre o saldo que ainda resta pagar, além de ser concedido o direito de parcelar, dado que boa parte dos trabalhadores não detêm de condições financeiras para despender milhares de reais de uma vez só. Já para aqueles que possuem pagamentos atrasados, são ofertadas condições distintas.
Deivid Alves, engenheiro civil de 29 anos, possui a mesma opinião de Vieira. O morador de Santa Maria (DF), afirma que o programa de descontos não considerou que os adimplentes sustentam suas parcelas a muito custo, deixando de realizar o pagamento de outras contas para tentar concluir as parcelas do Fies. O engenheiro, que hoje possui uma dívida de R$ 89 mil afirma:
“Abdiquei de muita coisa para quitar as parcelas. O desconto de 12% foi dado aos adimplentes só para dizer que deram algo. Mas é um valor que não tenho condição de pagar. Se a parcela já era um sufoco, que dirá 88% à vista. O governo deve tratar os desiguais na medida de suas desigualdades”.
Dificuldade para pagar as contas no final do mês
O engenheiro civil Rafael Capellari, que possui 26 anos, atualmente atua na sua área. Porém, não tem carteira assinada, geralmente assume projetos à parte para conseguir quitar a sua dívida de R$ 97 mil do Fies:
“De início, eu paguei certinho. Até vir a MP (Medida Provisória do Governo Federal) com os descontos. Nunca foi fácil pagar, porque o valor de R$ 770 da parcela é alto em comparação ao meu salário. Eu já deixei de pagar a conta de internet e sempre calculava o que conseguiria levar do mercado. Tudo para deixar o Fies em dia, porque acreditava que receberia algum benefício por estar adimplente”.
Já Nathália Ventura, de 32 anos, e moradora da cidade de Feira de Santana, na Bahia, solicitou o auxílio emergencial e o Auxílio Brasil e, ainda assim, não possuiu desconto o bastante para quitar a divida do Fies. No momento, apesar de possuir um diploma de Psicologia, atua na área de telemarketing, além de possuir um bico de transporte escolar, tudo isso, para conseguir pagar as suas contas.
“Cheguei a juntar quatro contas de energia e água. Peguei dinheiro emprestado, parcelei cesta básica e passei muito tempo comendo só ovo. A minha avó comprava algumas coisas para mim no mercadinho aos sábados. Até queria estar inadimplente para ter o desconto, mas tenho fiador”.
Nathália mora com o marido e possui um filho pequeno. O marido é autônomo e paga R$ 800,00 de aluguel, além de R$ 220,00 de água e luz. A baiana recebe mesalmente R$ 1.800,00, levando em conta seu trabalho extra, e possui parcelas mensais de R$ 474,00.
“O Fies é o meu maior pesadelo. Desenvolvi crises de ansiedade. Não é justo ter só 12% de desconto para quitar R$ 58 mil à vista. É impagável para uma operadora de telemarketing”.
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