Focus projeta inflação e crescimento maiores em 2023; Lula critica Selic

O Boletim Focus projeta inflação e crescimento maiores em 2023, conforme divulgado na manhã desta segunda-feira (24).

Trata-se de um compilado da opinião de economistas consultados pelo Banco Central (BC), para quem foi elevada a estimativa para o IPCA de 2023 de 6,01% para 6,04%, enquanto o centro da meta do ano é de 3,25%. As estimativas para 2024, horizonte da política monetária do Banco Central, ficaram mantidas em 4,18%. Para 2025, as perspectivas ficaram iguais, em 4%.

Os economistas também mantiveram a projeção da taxa básica de juros deste ano em 12,5%. A expectativa é de início do ciclo de afrouxamento para 2023, pois a Selic está em 13,75% hoje.

Já as projeções para 2024 e 2025 foram mantidas em 10% e 9%, respectivamente.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), os economistas elevaram as expectativas para o crescimento da economia brasileira em 2023 de 0,90% para 0,96%. Para 2024, as projeções do PIB subiram 1,40% para 1,41%, enquanto para 2025 saíram de 1,72% para 1,70%.

Em se tratando do dólar, eles dizem acreditar que as apostas para 2023 caíram de R$5,24 para R$5,20. Para 2024, caíram de R$5,26 para R$5,25, mas o valor estimado em 2025 segue em R$5,30.

Lula critica Selic

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em Portugal e, de lá, criticou o patamar dos juros brasileiros.

“Nós temos um problema no Brasil, primeiro-ministro, que Portugal não sei se tem, é que a nossa taxa de juros é muito alta, é muito alta. No Brasil, a taxa Selic, que é a taxa referencial, está 13,75%. Ninguém toma dinheiro emprestado a 13,75%. Ninguém”, afirmou o presidente, referindo-se ao primeiro-ministro de Portugal, António Costa, que também participou do evento.

Há uma indisposição entre Lula e sua equipe de governo contra o Banco Central, em especial ao presidente Roberto Campos Neto que, recentemente, disse que a necessidade de queda dos juros é uma pretensão política, e não técnica. A fala despertou a ira de seus opositores.

Na terça-feira (25), inclusive, ele deverá falar em audiência do Congresso Nacional para prestar esclarecimentos acerca dos juros brasileiros. Os congressistas querem saber a razão de o executivo manter a Selic em tais patamares. Ela está em 13,75% ao ano.