Economia
Focus projeta nova alta de IPCA para este ano: 5,90%
Boletim do BC mantém tendência de crescimento da inflação oficial; previsão para o PIB sobe para 0,84%
Pela décima primeira vez seguida, o Boletim Focus – elaborado pelo Banco Central (BC), em consulta às 100 maiores instituições financeiras do país – projetou, nesta segunda-feira (27), aumento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano, de 5,89% para 5,90%, da semana anterior para esta.
Há um mês, a estimativa do indicador era de 5,74%. Enquanto que para 2024, foi mantida a previsão de 4,02% – 3,90% há um mês – para 2025, esta subiu de 3,78% para 3,80%, e de 3,70% para 3,75% para 2026.
Pelo critério de ‘preços administrados’, o Focus projetou elevação (pela décima terceira vez seguida), do IPCA, agora de 9,01% para 9,04%, quando há um mês, esta era de 8,39%. Para o ano que vem, a alta foi de 4,39% para 4,43%; para 2025, cresceu de 3,94% para 4,0%, e de 3,96% para 4,0% para 2026. É bom lembrar que, pelo menos até agora, continua valendo a regra da meta de inflação, de 3,5% para este ano, segundo fixou o Conselho Monetário Nacional (CMN), com intervalo de 1,5 ponto percentual, para cima (4,75%) ou para baixo (1,75%).
No que toca ao custo do dinheiro, o Focus manteve, em 12,75% ao ano, pela segunda vez consecutiva, a taxa básica de juros (Selic) para este ano – era de 12,50% ao ano, há um mês – o mesmo em relação a 2024, em 10% ao ano, ante 9,5% ao ano, há um mês, o que reforça a expectativa do mercado, em torno de uma Selic não inferior a dois dígitos no ano que vem. Tendo em vista o avanço das projeções de inflação nos próximos anos, ‘ganha corpo’ a percepção de que a autoridade monetária deverá manter, por muito mais tempo, a Selic no atual patamar de 13,75% ao ano.
O ponto positivo da pesquisa, no entanto, foi a projeção de alta do PIB para este ano, que passou de 0,80% para 0,84%, mas foi mantida em 1,5% para o próximo (pela nona vez seguida), o mesmo valendo para 2025, que permaneceu em 1,8%, e em 2%, para 2026.
No plano cambial, a projeção para o dólar foi mantida em R$ 5,25 para 2023 (pela quarta vez), mas passou de R$ 5,29 a R$ 5,30 em 2024,embora preservada em R$ 5,30 para 2025, como há dez semanas. A cotação do padrão ianque, todavia, foi de R$ 5,30 a R$ 5,35, em 2026.
Quanto ao comportamento das contas públicas, a aposta do Focus é de que o déficit primário apresente queda de 1,05% para 1,03% do PIB este ano, ante 1,10%, há quatro semanas antes. Já com relação ao déficit nominal, a mediana de 7,85% do PIB da última semana foi preservada, contra a de 8,45% do PIB, há quatro semanas. Outra ‘melhoria’ foi verificada na relação entre a dívida pública do setor público com o PIB para este ano, que caiu de 61,50% para 61,23% do PIB. Há um mês, esta era de 61,40% do PIB.
Em relação às contas externas, a projeção do boletim é de que o superávit da balança comercial caia de US$ 57,85 bilhões para US$ 57,35 bilhões, abaixo, portanto, dos US$ 52,40 bilhões previstos há um mês. Por sua vez, o déficit em conta corrente do balanço de pagamentos para 2023 foi mantido em US$ 50 bilhões, acima dos US$ 46 bilhões de quatro semanas atrás. Para 2024, a previsão é de que este chegue a US$ 50,25 bilhões, patamar superior aos US$ 45 bilhões projetados, há quatro semanas.
Com relação ao ingresso de Investimento Direto no País (IDP), a expectativa do mercado é de que este seja mais do que suficiente para cobrir o rombo em transações correntes neste ano e no próximo. Neste caso, as projeções são de que o país receba este ano US$ 80 bilhões, igual montante estimado há um mês, Para o ano que vem, a previsão foi mantida nos mesmos US$ 80 bilhões, como há quatro semanas.
Veja o resumo das previsões do Boletim Focus para 2023
IPCA: subiu para 5,9%
PIB: subiu para 0,84%
Dólar: mantido em R$ 5,25
Taxa Selic: aumentou para 12,75%
Balança comercial: baixou para US$ 57,35 bilhões
Investimento Estrangeiro Direto: mantido em US$ 80 bilhões
Dívida do Setor Público: desceu para 61,23% PIB
Previsões para 2024
IPCA: mantida em 4,02%.
PIB: mantida em 1,5%.
Dólar: caiu para R$ 5,30.
Taxa Selic: mantida em 10%.
Balança comercial: superávit reduzido para US$ 54,50 bilhões.
Investimento Estrangeiro Direto: mantida em US$ 80 bilhões.
Dívida do Setor Público: mantida em 64% PIB.
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