Funcionários entram em greve após demissão em massa na Avibras

A greve no Brasil é resguardada como um direito fundamental pela Constituição Federal de 1988. Aliás, esse é um mecanismo utilizado pelos trabalhadores de diferentes partes do mundo para alcançar melhorias em sua situação de trabalho, como em questões de segurança ou benefícios trabalhistas e salariais.

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Todavia, a greve não visa somente a melhorias, mas, por vezes, é realizada por trabalhadores para impedir a desvalorização de sua função ou a perda dos benefícios vigentes.

Em vista disso, essa movimentação vem ocorrendo com os funcionários da Avibras, empresa brasileira que projeta, desenvolve e fabrica produtos e serviços de defesa. Os funcionários da empresa entraram em greve após ocorrer um processo de demissão em massa.

A empresa, obviamente, relata ter tido prejuízos com a pandemia. No entanto, nesta segunda-feira, depois da demissão de 420 pessoas, os funcionários entraram em greve.

Na última sexta-feira, a empresa protocolou um pedido de recuperação judicial. Os funcionários paralisaram às 7h, após uma assembleia do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos na principal fábrica, em Jacareí (SP). Aproximadamente 1.500 funcionários trabalham na empresa, porém, os que foram demitidos atuavam nas fábricas e áreas administrativas de Jacareí e Lorena, no interior de São Paulo.

Não obstante, a empresa diz que a pandemia impactou fortemente na sua receita, gerando R$530 milhões de dívidas. Além disso, a Avibras obteve em 2020 um prejuízo de R$85,69 milhões e de R$134 milhões em 2021.

O advogado da empresa, Nelson Marcondes, diz que “ocorreu um descompasso entre a receita e as despesas da empresa. Ela tinha expectativa de assinar novos contratos, mas isso foi impedido pela pandemia. Todos os países mudaram seus orçamentos, diminuindo da área de defesa para a área de saúde“.

Marcondes aponta também que outro fator que prejudicou na captação de novos clientes e testes de produtos foi a suspensão das viagens durante a pandemia.