Economia
Gasolina bate recordes de preço e petróleo acumula oito altas seguidas
Entenda o porquê de o preço ter subido tanto nos últimos meses. Veja como é composto o valor da gasolina e o que impacta diretamente nele.
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) aponta para oito altas consecutivas no preço do barril de petróleo. O valor está em constante alta e reflete diretamente no preço dos combustíveis. Entenda o que fez o prelo subir.
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Por que o petróleo está tão caro?
1 – Aumento na demanda
No último dia 28 de setembro, o preço do barril do tipo Brent passou de US$ 80. É a primeira vez que atinge um valor nesse patamar desde 2018. Porém, este não é um fator isolado que faz o preço crescer no mundo inteiro.
A China, por exemplo, tem utilizado mais gás natural para substituir o uso do carvão. Isso faz com que o petróleo eleve seu custo. Na Europa, o gás natural também tem sido utilizado com mais frequência.
Alguns parques eólicos produziram menos por conta da escassez de ventos. De modo geral, o mundo passa por uma crise energética, o que faz o petróleo seu mais utilizado e subir de preço. Em contrapartida, a produção do combustível fóssil não aumentou.
2 – Dólar em alta
O preço do barril é avaliado em dólar. Portanto, toda vez que o dólar sobe, o petróleo acompanha a alta. Em especial no Brasil, o dólar tem quebrado recordes de altas.
Analistas dizem que um dos principais problemas está na crise institucional. As brigas entre os poderes geram insegurança e pouco investimento no país. Isso eleva cada vez mais a cotação da moeda norte-americana.
3 – Biocombustíveis caros
Os biocombustíveis também ficaram mais caros. Eles são componentes que compõe combustíveis como gasolina e diesel. Tanto o etanol quanto o biodiesel ficaram mais caros.
Esse encarecimento também está ligado à crise energética e a crescente demanda diante da mesma oferta.
Impacto
Apesar do preço da gasolina ter ultrapassado os R$ 7 recentemente, o valor vem subindo desde janeiro. De acordo com o Índice de Preços Ticket Log (IPTL), o combustível aumentou mais de 27% só em 2021. A média do valor nacional está perto de R$ 6.
Segundo a ANP, o valor máximo registrado no Brasil foi de R$ 7,219 o litro, no Rio Grande do Sul. O etanol chegou a custar R$ 6,999 no valor máximo direto na bomba dos postos.
A desvalorização cambial do real, somada a oscilação dos preços do petróleo são os principais fatores de encarecimento.
Em outras palavras, boa parte do motivo que faz os combustíveis encareceram se deve às políticas governamentais. Segurar o preço, pautado no dólar, por meio de impostos é quase impossível.
Atualmente o preço da gasolina, por exemplo, está dividido da seguinte forma: 34% da Petrobras, 16,5% são para o custo do etanol anidro e 10,7% vão para distribuição e revenda. Além disso, 11,3% correspondem aos tributos federais e 27,7% ao ICMS, tributo estadual.
Especialistas dizem que a saída é uma reformulação na maneira como o valor é calculado. Fora isso, é preciso investimento em produto nacional refinado.
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