Economia
Geladeira mais barata: a aposta do governo para aquecer a indústria
Nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve uma fala bastante interessante durante a realização de um evento oficial. O mandatário sugeriu a possibilidade de o governo estar criando um programa destinado a subsidiar o barateamento de itens de linha branca, ou seja, freezers, geladeiras, máquinas de lavar, entre outros.
Enquanto ocorria a votação da nova Medida Provisória (MP) que retomava o programa Minha Casa Minha Vida, houve uma tentativa de conseguir a disponibilização de eletrodomésticos, custeada, nesse caso, pelo poder público.
Conforme o setor, um projeto como esse se justifica porque os novos itens lançados recentemente são energeticamente mais eficientes do que os modelos anteriores. E, após um período amargo de 18 meses com vendas cada vez mais baixas, registrou-se um semestre com alta de 13% entre janeiro e julho de 2023.
O que poderia acontecer caso essa iniciativa se concretizasse?
De acordo com alguns especialistas, se esse programa realmente saísse do papel, o país poderia ser invadido por uma quantidade enorme de eletrodomésticos chineses. Empresas importantes como Midea, Gree, TCL e Hisense agiriam ofensivamente contra o mercado de consumo brasileiro.
Devido à nossa extensa população e à demanda que ela gera, os chineses costumam analisar cuidadosamente todas as oportunidades de lucro em nosso país. Atualmente, a maioria dos fabricantes asiáticos está investindo em televisores, devido aos altos lucros registrados pelo setor recentemente.
Logo, a sugestão da medida foi feita pelo Presidente Lula e apresentada na última quarta-feira (13/07) no evento já mencionado. O governante falou do sucesso que o programa de incentivo para a compra de carros populares tinha sido e aproveitou para discutir a pauta dos produtos da linha branca.
A iniciativa automotiva havia recebido um aporte de cerca de 1,8 bilhão e o poder público tinha como objetivo conquistar o mercado, além de possibilitar que a população tivesse acesso a veículos mais modernos e menos poluentes. Entretanto, o ministro da pasta já declarou que, no momento, outra prorrogação está fora de cogitação.
“Fizemos uma coisinha pequena de reduzir o preço dos carros, o que aconteceu? A gente deu mais carros do que tínhamos condições de produzir no período. A gente sempre tem que incentivar o povo a consumir, desde que seja de maneira responsável”, disse Haddad.
Por fim, ficam algumas perguntas no ar: será que um aumento subsidiado para esse tipo de produto seria benéfico para a economia brasileira? Há espaço fiscal no orçamento para arcar com esses gastos? Como lidaríamos com a grande presença de itens chineses?
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