Faturamento bilionário não é suficiente para Globo ter lucro com transmissão da Copa

A Copa do Mundo acabou para o Brasil, mas ainda há alguns jogos pela frente. Assim, é possível acompanhar tudo pela transmissão da Rede Globo, que possui exclusividade das partidas tanto na TV aberta quanto na fechada aqui no país.

Essa foi considerada a Copa do Mundo mais cara da história, e nesse ritmo a emissora de televisão acabou vendendo patrocínios altíssimos. Porém, mesmo com o grande investimento, a Globo não conseguiu um lucro significativo.

Um dos motivos para a empresa não atingir o lucro esperado com essa transmissão foi o alto custo de produção. Isso porque o Catar é um dos países mais caros do mundo, o que demandou um investimento absurdo da rede para realizar a cobertura do evento.

Além disso, a questão cultural muito forte do Catar, somada ao clima extremo, fez com que os custos aumentassem ainda mais, principalmente para manter uma equipe por lá.

A verdade é que a Globo não esperava que a Copa fosse em um país desse nível, já que fechou contrato com a Fifa antes mesmo do sorteio da sede do evento. Ela já havia lucrado muito em competições anteriores, e por isso tinha uma expectativa boa para este ano.

Custos e faturamento com publicidade

O acordo girava entre US$ 90 milhões anuais, o que em quatro anos totalizaria cerca de R$ 1,9 bilhão. Além disso, a Globo teve de pagar uma multa de US$ 30 milhões, devido a uma briga judicial entre as partes envolvidas.

Os direitos adquiridos pela Globo só não foram mais caros que nos Estados Unidos. A Rights Tracker obteve os direitos por US$ 575 milhões, o que equivale a cerca de R$ 3 bilhões.

A emissora acabou pagando, pelos direitos de transmissão, mais caro até que países com maior poder aquisitivo, como Alemanha e Japão. Na Argentina, por exemplo, o preço pago por estes direitos foi de apenas US$ 20 milhões.

A venda das cotas de publicidade da Globo gerou um retorno de R$ 1,085 bilhão, porém, com todo o valor investido, a empresa acabou ficando no zero a zero. As notícias afirmam que as cotas estavam sendo vendidas a R$ 175 milhões, e três delas foram vendidas a empresas como Itaú, Ambev e Magazine Luiza.

Na TV fechada, a Ambev voltou a comprar cotas, ao lado da Claro, Betfair e Nubank.

Embora já tenha arrecadado mais de R$ 1 bilhão, a emissora precisa pagar neste ano para a Fifa cerca de R$ 440 milhões, referentes ao contrato do evento, o que a deixará com um saldo nem um pouco satisfatório para um evento dessa magnitude.