Goldman diz que dividendos da Petrobras podem encolher

O Goldman Sachs divulgou um relatório tratando dos dividendos da Petrobras (PETR3; PETR4). O banco de investimentos prevê a possibilidade de distribuir até US$ 6 bilhões em dividendos extraordinários no curto prazo, com US$ 4 bilhões previstos até o final do ano e mais US$ 2 bilhões no primeiro semestre de 2025.

A estimativa foi divulgada em um relatório enviado aos clientes e ao mercado nesta quinta-feira, 12. O banco também reiterou sua recomendação de compra das ações, com preço-alvo de US$ 15,40 para os American Depositary Receipts (ADRs), R$ 43,40 para as ações ordinárias e R$ 39,40 para as preferenciais.

Os analistas Bruno Amorim, Guilherme Costa Martins e Guilherme Bosso destacaram que a recomendação positiva se deve ao forte diferencial de rendimento de fluxo de caixa em comparação com outros players globais, além dos potenciais pagamentos extraordinários de dividendos nos próximos meses.

Petrobras (PETR3; PETR4)

Por outro lado, os analistas enxergam menor potencial de valorização devido à curva de preços do petróleo, mesmo com a possibilidade de redução significativa nos investimentos. Eles também mencionaram a “força recente no preço das ações da PBR em contraste com a fraqueza nos preços do petróleo” como um fator relevante.

Com a queda de cerca de 20% nos preços do petróleo desde junho, considerando a cotação do Brent, o Goldman Sachs reduziu sua projeção para a commodity para algo entre US$ 70 e US$ 85 o barril. Segundo os analistas, isso se deve à “fraca demanda atual na China, produção mais forte do que o esperado nos EUA e surpresas positivas nos estoques da OCDE.”

A estatal

Além disso, a Petrobras atingiu o recorde de um milhão de acionistas individuais na Bolsa de Valores brasileira, um aumento significativo em relação aos pouco mais de 860 mil acionistas registrados um ano atrás. Nos últimos cinco anos, o número de pessoas físicas com ações da estatal cresceu 170%.

A companhia atribui esse crescimento ao aumento de investidores na Bolsa — atualmente, 5,1 milhões de pessoas investem em renda variável, comparado a 1,4 milhão antes da pandemia — e à valorização de suas ações na B3. Nos últimos 12 meses, tanto as ações preferenciais quanto as ordinárias da Petrobras tiveram alta superior a 10%.