Golpe do QR Code: como não cair na armadilha

Nos últimos anos, tem sido uma tendência crescente o uso de soluções digitais por parte de estabelecimentos comerciais para facilitar suas operações e aprimorar a experiência do cliente.

Dentre as diversas ferramentas adotadas, o QR Code ganhou destaque como uma opção rápida e prática, permitindo aos consumidores acessar cardápios, obter informações e efetuar pagamentos de forma simples. Entretanto, com sua popularização, também surgiram oportunidades para criminosos agirem.

Em um golpe cada vez mais frequente, os fraudadores se aproveitam da confiança do público em relação aos QR Codes para conduzir seus ataques.

A essência da fraude consiste na substituição do QR Code original, presente em um estabelecimento, por um código falso que redireciona o usuário para um link malicioso, visando roubar dados pessoais ou bancários.

Isso possibilita aos golpistas acessar contas bancárias, redes sociais e aplicar diversas outras formas de engenharia social, explorando a inocência dos usuários.

Um caso recente que chamou a atenção ocorreu em Singapura, onde uma idosa foi vítima desse golpe. Ao escanear um QR Code em uma loja com a câmera de seu celular, a mulher não percebeu a adulteração e acabou perdendo aproximadamente US$ 20 mil.

No Brasil, vários relatos de pessoas enganadas pela mesma fraude estão sendo registrados em diferentes partes do país.  O especialista em programação de aplicações web, Bendev Junior, explica que existem mais de 40 versões do QR Code, numeradas de 1 a 40, com matrizes de tamanhos variados.

Os QR Codes autênticos geralmente possuem design profissional, bordas limpas e alinhadas, características que podem ajudar a identificar uma possível adulteração.

Sinais de erros de impressão, desalinhamentos ou qualquer aspecto visual suspeito podem indicar um código falso. Outro indício a ser observado é a presença de adesivos colados sobre o QR Code original, o que pode ser uma tentativa de ocultar a fraude.

Caso uma pessoa seja vítima do golpe do QR Code, é fundamental que ela registre um boletim de ocorrência na delegacia online. Além disso, a advogada e consultora jurídica, dra. Lorrana Gomes, destaca que o estabelecimento onde a fraude ocorreu também deve ser responsabilizado pelos danos causados.

“Pode parecer que o estabelecimento também está sendo vítima, no entanto, ele tem o dever de garantir a segurança do cliente, em especial pela ferramentas que ele disponibiliza”, explicou a advogada.

Para evitar cair nesse tipo de golpe, Bendev Junior aconselha algumas precauções que podem reduzir as chances de se tornar uma vítima do golpe do QR Code, veja as dicas do especialista:

• Empresas legítimas geralmente não solicitam informações sensíveis por meio de QR Codes. Por isso, desconfie de códigos que solicitem informações pessoais confidenciais, como senhas, números de cartão de crédito ou dados de identificação;
• Comunique o estabelecimento caso você desconfie de qualquer irregularidade no QR Code; a prática pode evitar que outras pessoas caiam no golpe;
• Verifique a URL de destino é confiável e real antes de escanear o QR Code;
• Certifique-se de que o QR Code seja proveniente de uma fonte confiável. Se você estiver em uma loja física, verifique se o código foi fornecido pela própria empresa ou por um funcionário autorizado;
• Utilize um app de leitura de QR Code nativo do smartphone, como a loja de aplicativos oficial do seu sistema operacional. Isso porque os aplicativos oficiais têm mecanismos de segurança que detectam códigos maliciosos.

Com essas medidas, é possível aumentar a segurança e usufruir das vantagens oferecidas pelos QR Codes sem arriscar ser vítima de golpes e fraudes.

A conscientização sobre os perigos existentes e a adoção de práticas preventivas são essenciais para garantir a integridade de informações pessoais e financeiras em um mundo cada vez mais digitalizado.