Governo Lula terá alto número de ministérios, atrás somente da Venezuela

O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que só começará a considerar nomeações ministeriais em dezembro, após seu retorno de uma viagem ao Egito, atenuando as expectativas de anúncios iminentes sobre a configuração de seu governo.

“Quando eu voltar do Egito, vou começar a pensar na criação dos ministérios”, disse o presidente eleito a repórteres em Brasília na quarta-feira. “Tudo acontece na hora certa. Você pode até ter surpresas.

Lula deixou o Brasil no início de novembro para participar das negociações climáticas da COP27 no resort egípcio de Sharm el-Sheikh e retornou ao país em 19 de novembro.

Os comentários em sua primeira entrevista coletiva após vencer a eleição brasileira em 30 de outubro sugerem que Lula demorará a anunciar seu gabinete, mesmo com os investidores ficando ansiosos sobre quem ocupará o cargo-chave de ministro da Fazenda.

Quando foi eleito presidente do Brasil pela primeira vez em 2002, Lula só divulgou o nome de seu czar da economia em dezembro, dias antes de assumir o cargo. O vice-presidente de Lula, Geraldo Alckmin, já anunciou um grupo de economistas que participará do processo de transição, esclarecendo que não necessariamente farão parte do gabinete.

Em sua visita a Brasília, Lula se reuniu com as principais figuras institucionais do Brasil, incluindo o presidente da Câmara dos Deputados, o presidente do Senado e os chefes do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Eleitoral.

PEC

O novo governo do Brasil está tentando isentar o equivalente a R$ 175 bilhões por ano do teto fiscal do país para gastá-lo em programas sociais até 2026, de acordo com uma proposta de reforma constitucional apresentada ao Congresso na segunda-feira passada.

O projeto de lei, formalmente apresentado pelo senador Marcelo Castro, é a salva de abertura do que se espera ser um longo debate político sobre quanto o governo que assumirá em 1º de janeiro poderá gastar para cumprir suas promessas de campanha.

Ministérios

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva está em Brasília esta semana para iniciar as negociações com os legisladores sobre o projeto de lei. O que está em jogo é o descumprimento do mais importante amortecedor da política fiscal do Brasil: uma regra que limita o crescimento dos gastos públicos à taxa de inflação do ano anterior.

Lula ainda não decidiu os ministros, mas assessores dele já fazem uma espécie de lista por acenos dados por Lula nos bastidores e por sondagens informais. Os partidos aliados podem ser contemplados com 11 pastas, isso seria um terço das 33 pastas que devem funcionar na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.

Atualmente são 23 ministérios em atividade, mas será criadas mais 10 pastas durante a gestão do PT. Esse número é parecido com o alto número de ministérios do governo venezuelano. O PSB, de Geraldo Alckmin, deve ficar com duas pastas. O vice já disse que não pretende ser ministro pelo menos nesse primeiro momento.