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Tecnologia

Gravadora reage: Universal Music quer bloquear IA dos streamings de música

Possibilidade de falsificação e uso não autorizado da propriedade intelectual de artistas para treinar IAs preocupa o segmento musical

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Música

A Universal Music Group não está nada feliz com a presença de inteligência artificial em streamings de música, como Spotify e Apple Music. E tudo por causa de um aspecto básico: direitos autorais.

Em carta enviada às plataformas, a gigante do segmento solicitou o bloqueio do treinamento de IAs com as melodias e letras de suas músicas, disponíveis nos respectivos serviços.

A preocupação da gravadora é que músicas geradas por inteligência artificial comecem a aparecer no streaming, depois dela ser treinada e coletar informações de músicas já existentes.

Bloqueio total

O caso foi relatado pelo jornal Financial Times. Uma fonte do veículo revelou que o grupo solicitou a retirada das músicas produzidas por IAs das plataformas e, também, o bloqueio do acesso dessas ferramentas ao catálogo da gravadora.

A intenção é impedir que desenvolvedores de inteligência artificial ignorem as regras do direito autoral e utilizem as músicas sem a devida autorização para treinar IAs.

Preocupação

O surgimento dessas tecnologias preocupa o segmento musical, em razão da dificuldade de controle e regulação, além da alta capacidade que elas já demonstraram ter.

Do jeito que está hoje, é possível, por exemplo, solicitar que uma inteligência artificial componha uma música no estilo da Taylor Swift e com vocais da Rihanna.

A transformação é sensível e coloca em cheque o limite do uso desse tipo de ferramenta. E tudo isso só é possível, porque as IAs são treinadas com a propriedade intelectual dos artistas que está disponível na internet.

Confirmação

O grupo confirmou a informação veiculada pelo Financial Times. Um porta-voz da gravadora explicou na reportagem que a reação visa coibir o uso não autorizado de produções alheias.

Esperamos que nossos parceiros de plataforma desejem impedir que seus serviços sejam usados ​​de maneira que prejudique os artistas“, pontuou.

Sinais claros na internet

No pano de fundo dessa questão, estão alguns áudios que viralizaram na internet, nas últimas semanas. Trata-se de produções “criadas” por inteligência artificial, reproduzindo vozes de cantores famosos em músicas de outros artistas.

Entre os casos que chamaram a atenção, no Brasil, está o uso da voz da cantora Ariana Grande para interpretar letras da Lady Gaga e até da Pabllo Vittar. O mesmo ocorreu com a voz da Rihanna para cantar uma música da Beyoncé.

Para a Universal Music, isso nada mais é do que “falsificações e fraudes”, além de não conceder aos artistas a compensação que lhes é de direito.

No TikTok, uma música criada pelo usuário @ghostwriting e “cantada” por Drake e The Weeknd, graças a ação da inteligência artificial, atingiu mais de 8,5 milhões de visualizações. A versão completa foi disponibilizada no Spotify e atingiu 254 mil reproduções.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com especialização em Comunicação Digital, e que trabalha há 14 anos como repórter e redator

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