Agronegócio
Gripe aviária: decisão do Japão põe em alerta BRF e JBS, outros importadores, mais SC e PR
Tóquio suspende ES de lista de exportadores de carnes de frango e mercado mede temor de escalada para outros países e aos principais produtores brasileiros
A decisão do Japão de paralisar suas compras de proteínas de aves do Espírito Santo pelos casos de gripe aviária abre um precedente perigoso que pode contaminar outros países importadores e outros estados brasileiros.
Olha-se para movimentos chineses, árabes e europeus, enquanto internamente se espera que não cheguem a Santa Catarina e Paraná, estados chaves.
É traço a participação capixaba nas exportações aos japoneses, como também é traço nas estatísticas de vendas totais brasileiras, entre as maiores do mundo.
Mas o alerta está aceso e deixa o mercado em suspense sobre os próximos passos, podendo abater as ações das duas maiores empresas brasileiras do ramo, a BRF (BRFS3) e JBS (JBSS3), por causa da Seara, bem como atingir outros players não listados em Bolsa (Aurora, por exemplo).
Ainda não é possível cravar se já há efeito nesta segunda (28), quando o Brasil foi notificado pelo Japão, sobre o desempenho dos papéis na B3, especialmente em relação à companhia da Sadia e Perdigão porque já é muito descontada. Neste começo de tarde (13h38), derrete novamente, seguindo os dois últimos pregões, em 3,34%, a R$ 8,38.
A ON da JBS cede 2,23%, valendo por enquanto R$ 16,67 , após a alta da véspera.
O princípio de crise aberta veio mesmo com a reiterada sustentação da Associação Brasileira de Proteína Animal (Abpa) de que o status do Brasil segue sem risco de contaminação às granjas comerciais.
Comprador de 11% de janeiro a maio (R$ 412 milhões, 20% acima de 2022) de tudo o que os frigoríficos brasileiros exportaram, o Japão tomou a decisão depois de ser notificado, ontem, o primeiro caso da doença em ave de criação de subsistência, isto é, em criatório caseiro, porém já em ave comestível – galinha ou pato (ainda não há informação).
Até então, o País somava 52 ocorrências em aves silvestres, migratórias, mas preservando, em termos numéricos, os dois estados do Sul, maiores exportadores.
Os protocolos de controle sanitário estão redobrados há cerca de 2 meses, desde quando o primeiro caso de gripe aviária chegou ao Brasil. Mesmo antes quando o cenário já estava presente na Argentina e Uruguai.
E o estado de atenção se estende aos produtores de granjas, sobretudo os independentes não integrados aos frigoríficos.
Um efeito cascata dessa situação pode resultar em sobra de animal e consequente queda dos preços.
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