Guerra no leste europeu afeta o agronegócio brasileiro

O conflito no leste europeu entre Ucrânia e Rússia vem intensificando-se na medida em que os dias avançam. A decisão de Putin na Ucrânia tornou a dinâmica global instável, uma vez que no mundo globalizado a transação de mercadorias tornou-se ampla, estendendo-se por diversas partes do tecido social. Ou seja, qualquer abalo na malha social em um determinado ponto, pode ser sentido em outra extremidade quase que instantaneamente.

Nesse sentido, é fato que o agronegócio brasileiro utiliza diversos tipos de fertilizantes oriundos de alguns países do leste europeu devido à falta de matéria-prima para produzi-los em solo nacional. Dessa forma, o Brasil foi avisado, na terça-feira, que não conseguirá mais comprar fertilizantes de Belarus devido às sanções impostas pelo governo russo. Belarus é responsável por mais de 20% de todo o produto utilizado pelo agronegócio brasileiro. A problemática que gira em torno dos fertilizantes já havia ocorrido devido à pandemia de COVID-19 e os preços altíssimos relacionados ao transporte desses materiais.

Evidentemente, isso vai impactar o mercado interno do Brasil e do Pará, visto que esse Estado é o que mais produz diversos tipos de grãos. De fato, atualmente, o Brasil não possui uma política de Governo que vise substituir as importações de maneira estratégica, sendo necessário, portanto, reavaliar a situação uma vez que esses tipos de conflitos acarretam em causalidades que afetam diretamente a produção.

Sergey Lukashevich, embaixador de Belarus no Brasil, afirma que o país aliado, Moscou, vem sofrendo diretamente os impactos das sanções impostas pelo governo Russo, parceiro comercial e ideológico. Também afirma que Minsk foi obrigada a suspender as vendas de fertilizantes para o Brasil devido à proibição da Lituânia em relação ao escoamento, fechando as fronteiras. Como a lei da oferta e da demanda imperam no mercado, consequentemente, se há pouco produto, o preço sobe drasticamente.