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Gupy: IA para recrutamento e seleção incomoda candidatos

Para muitos, a plataforma não tem um filtro adequado para os currículos e rejeita candidatos compatíveis com as vagas.

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No LinkedIn, a ‘Faria Lima da internet’, é difícil achar críticas às empresas, mas não é impossível. Afinal, um movimento de boicote tem mudado isso nas últimas semanas.

Profissionais insatisfeitos com a metodologia de recrutamento e seleção usada pelas organizações se voltaram contra a Gupy e sua ferramenta de inteligência artificial (IA).

Plataforma é utilizada para avaliação de currículos – Foto: Reprodução

Os relatos na rede social têm um ponto em comum: a suposta exclusão de bons currículos por causa da IA.

Usuários do LinkedIn apontam a dificuldade em lidar com as extensas trilhas nas plataformas de recursos humanos e nunca serem chamados para as fases seguintes, mesmo tendo o perfil para determinada vaga.

Por outro lado, em uma busca rápida no site da startup de recrutamento e seleção, vários textos explicam a lógica da automação: não há exclusão de perfis, mas sim ranqueamento dos candidatos para que a equipe escolha com mais praticidade entre milhares de currículos.

Tal prática funciona com o Applicant Tracking System (ATS), um software de armazenamento de dados que promete facilitar a vida dos recrutadores.

Como funciona a IA da Gupy

A IA funciona para recepção, armazenamento e organização dos currículos e documentos dos candidatos.

Para tanto, a ferramenta realiza ainda a triagem dos candidatos e gerenciamento do processo seletivo — como agendamento de entrevistas, comunicação e acompanhamento das candidaturas.

Sem a ajuda da IA, os recursos necessários para analisar tantos perfis seriam sobre-humanos.

A IA pode atenuar possíveis vieses humanos, mas para Luciana Ditter de Azevedo não é bem assim. A profissional de RH acredita que o digital é um reflexo do presencial, com todas as problemáticas inseridas.

A customização ilimitada, que permite à corporação personalizar os processos seletivos sem restrição, seria um problema.

Isso porque, apesar de ser um sistema automatizado, a IA precisa de comandos humanos. É justamente aí que as falhas do processo seletivo online se destacam.

O que diz a Gupy

Em nota enviada ao Terra, a Gupy assegurou que a IA não é responsável por eliminar ou aprovar candidatos durante o processo seletivo.

A empresa esclareceu que a tecnologia otimiza processos de RH, mas ‘não exclui a necessidade da ação humana’ em qualquer momento da interação entre a contratante e a pessoa candidata.

A empresa afirmou ainda que a IA não toma decisões pelos recrutadores. A partir dos critérios determinados pela empresa, a IA ordena os candidatos com base em dados objetivos, como experiências profissionais e acadêmicas, habilidades, conquistas e resultados.

“Desclassificações automáticas só ocorrem por requisitos eliminatórios definidos pelas empresas. Isso não envolve IA. Por exemplo, se uma vaga exige que a pessoa dirija, o RH pode programar o sistema para excluir candidatos que não possuem CNH”, afirma a Gupy em nota.

Segundo a empresa, toda a configuração da plataforma, incluindo a escolha de testes, critérios de movimentação de etapas e envio de feedbacks, é determinada pela empresa para reduzir vieses.

A plataforma esclarece que a IA não se baseia em palavras-chave, mas sim em todo o currículo da pessoa candidata e na descrição de experiências e resultados alcançados anteriormente.

Natália Macedo é graduada em Jornalismo, possui MBA em Comunicação e Jornalismo Digital. Mineira de Belo Horizonte, é apaixonada pelo Universo Geek e pelo mundo da música e entretenimento. Além disso, ama escrever e informar de maneira leve e democrática.

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