Economia
IGP-DI confirma viés de estabilidade, ao variar 0,04% em fevereiro
Somada à variação de 0,06% de janeiro, indicador agora acumula alta de 0,10% no ano
Sinalizando estabilidade nesse início do ano, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de fevereiro apresentou variação de 0,04%, depois de avançar também ‘modestos’ 0,06% no mês anterior. Com esse resultado, o indicador agora acumula alta de 0,10% no ano e de 1,53% em 12 meses. O nível de variação contrasta com a alta de 1,50%, de igual mês de 2022, quando acumulava avanço de 15,35% em 12 meses. Usado como referência para correções de preços e valores contratuais, o IGP-DI também é diretamente empregado no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) e das contas nacionais em geral.
Na avaliação do coordenador de índices de preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), André Braz, “apesar da queda menos intensa registrada pelo índice ao produtor (de -0,19% para -0,04%), os demais índices componentes do índice geral desaceleraram, mantendo praticamente estável a variação média do IGP. A inflação ao consumidor (de 0,80% para 0,34%) recuou dada a desaceleração do grupo Educação, Leitura e Recreação e a inflação para a construção civil (de 0,46% para 0,05%) cedeu diante da alta menos intensa registrada para os preços dos Materiais, Equipamentos e Serviços e da Mão de Obra”.
Responsável por 60% da composição do IGP-DI, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) também caiu os mesmos 0,04% em fevereiro, após variar 0,19% no mês anterior. Pelo critério de estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais passou de uma alta de 0,21% para uma deflação de 0,19%, na passagem de janeiro para o mês passado.
Para a variação do IPA, o maior responsável foi o item combustíveis para o consumo, ao sair de uma deflação de 2,31% para uma alta de 3,84%. Ao mesmo tempo, o índice de Bens Finais (ex) – que exclui alimentos in natura e combustíveis para o consumo – recuou 0,49% em fevereiro último, ante uma elevação de 0,15%, em janeiro deste ano.
O grupo Bens Intermediários, por sua vez, reduziu o viés deflacionário, ao passar de -1.19%, em janeiro, para -0,70%, em fevereiro, por conta da continuidade de taxas negativas do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, que passou de -3,98% para -3,54%, nos meses citados. Já o estágio das matérias-primas brutas avançou menos, ao descer de uma variação de 0,79% para 0,44% na passagem entre os dois primeiros meses de 2023. Neste caso, tal variação teve a contribuição de itens, como: minério de ferro (7,05% para 2,63%), soja em grão (-1,53% para -3,06%) e bovinos (-1,08% para -2,37%). Em sentido oposto, vale citar, café em grão (0,92% para 10,07%), leite in natura (0,03% para 3,07%) e cana-de-açúcar (-0,70% para 0,72%).
Entre as variações de indicadores, a mais significativa foi, certamente, a do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que passou de uma alta de 0,80% para 0,34%, na passagem de janeiro para fevereiro. Nesse período, quatro das oito classes de despesa componentes do índice exibiram recuo: Educação, Leitura e Recreação (3,28% para -0,80%), Alimentação (0,48% para -0,03%), Transportes (0,92% para 0,43%) e Comunicação (0,73% para 0,67%). Nestas classes de despesa, vale mencionar o comportamento dos seguintes itens: cursos formais (7,45% para 0,00%), hortaliças e legumes (-0,27% para -7,09%), gasolina (1,12% para -0,26%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (1,66% para 0,96%).
Entre os grupos que tiveram elevação, para efeito de cálculo do IPC, destaque para Habitação (0,26% para 0,60%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,42% para 0,84%), Vestuário (-0,08% para 0,36%) e Despesas Diversas (0,97% para 1,01%) apresentaram acréscimo em suas taxas de variação. Estas classes de despesa foram influenciadas pelos seguintes itens: aluguel residencial (-1,08% para 2,71%), artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,17% para 1,35%), roupas (-0,20% para 0,49%) e serviços bancários (1,26% para 1,49%).
No caso do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), houve estabilidade em fevereiro (0,05%), depois de avanço de 0,46% em janeiro, com contribuição efetiva dos grupos: Materiais e Equipamentos (0,05% para -0,12%), Serviços (1,02% para 0,97%) e Mão de Obra (0,70% para 0,02%).
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