Economia
INCC apresenta alta de 10,90% em 2022
Variação corresponde a recuo de 7,75 pontos percentuais (p.p.) para 2021
Segunda maior taxa desde 2014 (da série com desoneração), o Índice Nacional da Construção Civil (INCC) concluiu 2022 com alta de 10,90%, o que representa um recuo de 7,75 pontos percentuais para 2021, que variou 18,65%.
Em dezembro último, o indicador ficou próximo da estabilidade, ao subir apenas 0,08%, 0,07 ponto percentual (p.p.) abaixo do registrado no mês anterior, que cresceu 0,15%, acentuando a tendência de desaceleração de preços, na reta final do ano, revelou a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Para o gerente do Sinapi (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil), Augusto Oliveira, “é importante observar que mesmo com a variação em dezembro bem menor que a captada em meses anteriores, o acumulado em 2022 ficou abaixo apenas do captado em 2021, com taxa de 18,65%, e pouco acima de 2020, com 10,16%. Portanto, mesmo com quedas recorrentes desde julho, o acumulado no ano ainda tem influência das altas captadas no momento atípico de pandemia”.
De acordo com levantamento do Sinapi, em dezembro último, o custo nacional para o setor habitacional por metro quadrado (m²) passou para R$ 1.679,25 (dos quais R$ 1.001,20, referentes a materiais os R$ 678,05 restantes), acima dos R$ 1.677,96 verificados em novembro.
No que se refere especificamente ao item materiais, os três últimos meses do ano passado apresentaram a trajetória de estabilidade, passando de 00,4% em outubro, 0,01% em novembro e 0,07% em dezembro de 2022 – redução de 0,69 p.p ante igual mês de 2021.
Já a mão de obra exibiu a menor taxa do ano em dezembro, ao variar 0,08%, o que representa queda de 0,27 p.p. ante o mês anterior, que avançou 0,35%. No que toca ao acumulado do ano passado, o item ‘materiais’ cresceu 10,02% (alta de 28,12% em 2021), com o custo de mão de obra aumentando 12,18% (alta de 6.78% em 2021).
“As variações na parcela dos materiais, nos últimos meses de 2022, apresentaram taxas mais próximas às captadas em anos anteriores à pandemia, enquanto 2020, 2021 e os primeiros meses de 2022 sofreram mais fortemente o impacto desta situação. Já para a parcela da mão de obra, em 2022, acordos coletivos passaram a repor os salários das categorias profissionais do segmento da construção civil, que tiveram poucos ganhos nos anos da pandemia. Além disso, o aumento da inflação, base para a reposição dos salários nos dissídios, acabou influenciando nos valores acordados”, concluiu Oliveira.
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