Economia
Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina avança no 2T21
Índice passa a 99,7%, bem acima dos 81,2% registrados no 1T21
Em tempo de grande volatilidade internacional, uma boa notícia para o continente emergente. Pelo segundo trimestre seguido, o Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina (AL) – produzido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) – registrou alta, passando de 81,2%, no primeiro trimestre do ano (1T21) para 99,7% no segundo (2T21), resultado só superado pelo primeiro trimestre de 2018 (1T18), quando atingiu 101,5%.
Brasil é vice – Pelo mesmo comparativo, o ICE no Brasil exibe alta de 34,3 pontos porcentuais, chegando a 116,5%, enquanto o Indicador de Situação Atual (ISA) avançou 51,6 pontos porcentuais (p.p), passando a 69,2%, e o Indicador de Expectativas (IE) encolheu 5,5 p.p. – 176,9%.
Entre os países da região avaliados, o Brasil é o que apresentou a segunda maior variação de ICE, depois do Paraguai (125,1%), vindo em terceiro o Chile (104,1 pontos), Peru (102%) e Colômbia (101,1%), todos na zona favorável do índice. Na lanterna, vem a Argentina, com 60,3 pontos.
Ambiente evolui bem – Ao revelar que o patamar mais recente da AL se aproxima da neutralidade, a fundação destaca a evolução do ambiente econômico da região, fazendo menção a três fatores determinantes desse desempenho, transformados em enquetes pela entidade. Segundo o Ibre/FGV, a primeira se refere ao “abastecimento de insumos e matérias primas, do qual o Brasil tem sido um dos países mais afetados”.
Regularização em 22 – A segunda, a regularização do abastecimento, apontam especialistas, “só deverá ocorrer em meados de 2022”. A terceira e última, o prazo de duração da alta das commodities, com perspectiva “de se manter assim por, pelo menos, um ano”, de acordo com a maioria dos especialistas (58,5%), ao passo que 23% entendem que este deverá se encerrar no final deste ano.
Commodities em alta – A elevação das commodities no período não poderia ser considerado um ‘superciclo de altos preços”,’ como houve antes. Em relação ao Brasil, 76,9% dos especialistas acham que essa ‘subida’ deve durar mais um ano”, apontou a FGV, acrescentando que o aumento da cotação das commodities é um fator importante para a melhora da renda nos países exportadores da região”.
Desabastecimento é grave – Na sondagem do terceiro trimestre (3T21), para 22,9% dos especialistas ouvidos, o desabastecimento de insumos e/ou matérias-primas ainda é um problema grave, ainda que o Brasil tenha o melhor porcentual da região, nesse quesito (46,2%), seguido de longe pela Colômbia (29,4%).
México ganha – A nota da Fundação acentua ainda, que, “quanto mais diversificado e internacionalizado o parque produtivo, maior a probabilidade de desabastecimento”. De outro modo, o México, prossegue o documento, “deverá se beneficiar da proximidade e das relações intrafirmas e intrassetoriais com os Estados Unidos”.
‘Zona favorável’ – Outro termômetro da região, o Indicador da Situação Atual (ISA) apresentou elevação, em igual comparativo, de 30,9 p.p para 59,1 p.p., patamar considerado extremamente baixo da atividade econômica regional. Já o Indicador de Expectativas (IE) teve queda de 5,4 p.p., passando a 150,6 %, ainda em “zona favorável”.
Temor pandêmico – A descoberta de novas cepas da covid-19 pode estar no cerne da debilidade produtiva da região demonstrada pelo IE. “Ao mesmo tempo, a melhora no ISA, mesmo insuficiente para a região entrar na zona favorável, pode ser explicada pelo cenário internacional mais favorável e o avanço da imunização da população na região, ainda que irregular”, completa a FGV.
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