Conecte-se conosco

Economia

Indicadores pioram, mas Campos Neto vê ‘virada de página’

Presidente do BC disse acreditar em ‘melhoria da percepção fiscal pelo mercado’

Publicado

em

Crédito: José Cruz/Agência Brasil

Destoando da abordagem ‘tensa’ que vem acompanhando os indicadores econômicos (sobretudo, os que apontam tendência alta firme da inflação) mais recentes, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto visualiza uma perspectiva positiva para a política fiscal, levando o ‘cenário básico’ montado pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Variáveis inalteradas – A despeito de a pandemia ter provocado crescimento da despesa, combinado com perda de arrecadação, o comandante do BC acredita que “a trajetória das principais variáveis fiscais não se alterou”. Ele argumenta que, antes da crise sanitária, a estimativa era de que a dívida bruta chegasse ao final deste ano próxima a 80% do Produto Interno Bruto (PIB), previsão que passou a 100%, no auge da incerteza com o vírus, mas que hoje convergiria para 81% do PIB.

Fé na estabilidade – Embora reconheça que o recuo da dívida decorre, por efeito estatístico, de ganhos nominais do PIB, que ‘vitaminariam’ as receitas, o dirigente enfatiza o esforço federal em “impedir que um volume muito grande de despesas ficasse fora do teto”. Com base nessa convicção, a expectativa de Campos Neto é de que uma pequena alta da dívida bruta nos próximos anos, mas seguida de estabilidade e queda, posteriormente. Esse quadro favorável faria parte da visão mais positiva do cenário no curto e médio prazos, por parte do Copom, em contraposição ao ‘ceticismo’ da visão calcada no balanço de riscos.

Aperto dosado – De qualquer modo, o presidente do BC entende ser “importante determinar a dosagem do aperto monetário pelo colegiado” (Copom), que se reúne amanhã e quarta-feira (21 e 22), para deliberar sobre o viés de alta da Selic, a taxa básica de juros, que baliza todos os demais preços da economia.

Avaliação de risco – Levando em conta a evolução mais recente dos preços, que referencia a calibragem posterior dos juros, o comitê monta um cenário básico para a inflação, condicionada a um desempenho fiscal mais provável, quando então é avaliado o risco de as contas públicas se comportarem aquém da expectativa.

Âncora ameaçada – Em contrapartida, embora admitam melhoria fiscal, analistas do mercado avaliam que qualquer medida federal que implique desrespeito ao teto de gastos – como o financiamento, a todo custo, do programa social-eleitoral Bolsa Família – constitui “uma séria ameaça” à âncora fiscal do país. Por enquanto, fica a impressão de que as preocupações do mercado com a questão fiscal são maiores do que as do próprio Executivo.

Melhoria de percepção – Campos Neto, por sua vez, observa ‘melhora na percepção fiscal do mercado, após um período negativo, e que agora deve ser substituído por outro, ‘de virada de página’, quando “ficar mais claro como será pago o Bolsa-Família, por exemplo.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

Publicidade
Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.

MAIS ACESSADAS