Economia
Índice de Confiança da Indústria recua 0,2 ponto percentual (p.p.) em janeiro
ICI desce a 93,1 pontos, enquanto o Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (Nuci) cai a 78,8 pontos
Após subir 1,2 ponto percentual (p.p.) em dezembro, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 0,2 p.p., passando a 93,1 pontos, informou, nesta sexta-feira (27) a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Também negativa foi a performance do Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (Nuci), que caiu 0,8 p.p., indo a 78,8 pontos, pior resultado, desde maio de 2021, quando ficou em 77,8 pontos.
De igual forma, o Índice de Situação Atual (ISA) exibiu redução de 0,7 ponto, baixando a 93,1 pontos, após sofrer forte influência da queda de 1,6 p.p. do indicador referente à percepção dos empresários quanto à situação atual dos negócios, que foi a 90,9 pontos. Mesmo em menor intensidade, a demanda baixou 0,5 p.p., indo a 91,9 pontos. No polo oposto, o nível de estoques subiu 0,5 p.p., para 103 pontos, indicando excesso do indicador industrial.
Em que pese o comportamento adverso dos indicadores, a FGV observou avanço da confiança em 11 dos 19 segmentos industriais monitorados pela instituição neste mês. No viés positivo, o Índice de Expectativas (IE) mostrou alta de confiança em 11 dos 19 segmentos industriais pesquisados este mês, ao crescer 0,4 p.p., para 93,2 pontos. Dessa forma, a tendência para os negócios, nos próximos seis meses – que teve alta 2,4 p.p., indo a 91,9 pontos – também evitou declínio mais expressivo do índice de confiança neste mês.
No que toca ao curto prazo (três meses), houve recuperação (+0,5 p.p.) de expectativas sobre emprego, para 95,6 pontos, quebrando um ciclo de quatro meses de quedas, ainda que o indicador se mantenha abaixo dos 100 pontos, o que pressupõe a desaceleração das contratações. O indicador que mede as perspectivas em torno da produção, igualmente no curto prazo, teve recuo de 1,6 p.p., para 92,5 pontos.
Para o economista do Ibre/FGV, Stéfano Pacini, “o ano de 2023 começa com acomodação na confiança do empresário industrial. Nas avaliações sobre a situação atual, há uma percepção de novo enfraquecimento da demanda que se reflete num aumento do nível dos estoques “.
Na avaliação de Pacini, “em relação às percepções de futuro, os empresários projetam melhora da tendência dos negócios gerada por alguma reação da demanda e alguma recuperação das contratações, mas que precisam ser avaliados com cautela considerando o nível baixo dos indicadores. Mesmo com resultados menos pessimistas, isso não se refletiria uma melhora da produção nos próximos meses, o que pode estar relacionado ao nível de estoques”, conclui.
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